Em entrevista concedida ao jornal Valor Econômico, o candidato a prefeito de Olinda Antônio Campos (PSB) disse não ser sucessor de seu irmão falecido, o ex-governador Eduardo Campos, nem de seu avô Miguel Arraes. “Não sou o sucessor do meu irmão, nem do meu avô.

E nunca disse que era.

Sou um novo Campos Arraes na política”.

A campanha de Campos é o primeiro desafio da família na política após a morte do irmão, há dois anos, em acidente de avião.

Filho mais velho do ex-governador, João Campos, só deve disputar eleições para deputado federal em 2018.

Tonca, como é popularmente conhecido, afirmou que vai usar a imagem do irmão e do avô dentro de “um limite” durante a campanha.

Mas também não vai esconder o nome do ex-governador, que apareceu como beneficiário de um esquema de lavagem de dinheiro de propina para financiamento de campanhas eleitorais na Operação Turbulência da Polícia Federal.

Questionado pelo Valor sobre as acusações contra seu irmão, Antônio repetiu o que já havia dito ao Blog de Jamildo. “Quando as investigações forem concluídas, a memória Eduardo será absolvida.

Eduardo não pode ser responsabilizado pelos atos de terceiros”.

Lutando contra uma hegemonia de 16 anos do PCdoB no comando da cidade, Tonca disparou contra os comunistas. “Meu irmão apoiou o PCdoB na esperança de ter o PCdoB lhe apoiando para presidente.

Mas o PCdoB o traiu”, diz Campos.

E arremata: “Acho que a conta do PCdoB em relação a minha família é devedora em atenção e lealdade”, diz, lembrando que na eleição da sua mãe Ana Arraes, ao cargo de ministra do TCU, o PCdoB lançou a candidatura de Aldo Rebelo.

LUCIANA Foto: Reprodução / Facebook Luciana Santos Adversária de Campos na disputa, a deputada federal Luciana Santos (PCdoB) foi prefeita de Olinda por dois mandatos (de 2001 a 2008) e fez seu sucessor Renildo Calheiros (PCdoB), irmão do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB), por mais oito anos (de 2009 a 2016).

As falhas da gestão Calheiros, que deixou um conjunto de obras inacabadas na cidade, é considerada pelos oponentes como o ponto fraco da candidatura de Luciana.

Sempre que tem a oportunidade, no entanto, ela sai em defesa sua cria política. “O governo Renildo deu continuidade a inúmeras intervenções do pacto de infraestrutura do meu mandato e na área social.

Houve mudanças no código tributário e o setor de comércio hoje é pujante na cidade”, disse Luciana ao Valor Econômico.

Possivelmente já pensando num segundo turno, Luciana minimiza o rompimento com o PSB.

Diz que a não atribui ao partido a iniciativa de lançar uma candidatura própria, mas a uma “circunstância local”.

Diz ainda que a candidatura de Campos é “legítima” e ressalta a boa relação que os partidos têm no Recife.

Campos, por sua vez, descarta qualquer possibilidade de retomar a aliança na cidade. “Somos adversários do PCdoB em Olinda.

O projeto do partido não serve à cidade”, diz.

As informações são da reportagem de Marina Falcão do Valor Econômico