A dois dias do início da fase final do processo de impeachment, o presidente interino, Michel Temer, abriu espaço na sua agenda nesta terça-feira (23) para receber senadores nordestinos que têm evitado se posicionar publicamente sobre a votação que definirá o destino da presidente afastada, Dilma Rousseff.
Temer recebe nesta terça-feira, 23, o senador e ex-ministro de Dilma Edison Lobão (PMDB-MA) e outros parlamentares.
Entre os integrantes da reunião está também o senador Roberto Rocha (PSB-MA), que, conforme o Placar do Impeachment elaborado pelo jornal O Estado de S.
Paulo, aparece como indeciso.
Também participa do encontro o senador João Alberto Souza (PMDB-MA), que, decidiu votar pelo prosseguimento do impeachment apesar de dizer que não acredita em crime da presidente e que mudou o voto por razões políticas. “Não mudei de ideia, a minha postura foi em função da conjuntura política.
Não foi em função de haver cometido ou não o crime. É uma postura pelo Brasil, de achar que no momento fica muito difícil para a presidente governar”, disse João Alberto, na ocasião.
O senador havia votado contra a abertura do processo de impeachment em maio.
Os três maranhenses também estão na mira do Palácio do Alvorada na tentativa de evitar um placar de 54 votos favoráveis ao afastamento definitivo da petista.
Na votação da pronúncia, os três votaram pelo prosseguimento do processo de impeachment.
Na tarde desta terça, o peemedebista também tem agendas marcadas com os também senadores nordestinos Ciro Nogueira (PP-PI) e Eduardo Amorim (PSC-CE).
Como o Nordeste é considerado um dos principais redutos eleitorais petistas no país, o receio do Palácio do Planalto é que os senadores sofram pressão de suas bases eleitorais para mudar o voto na fase final.
Para evitar colocar suas digitais no processo de impeachment, a estratégia do presidente interino tem sido a de receber os indecisos para discutir projetos de interesse deles.
Na saída do encontro, contudo, cabe a assessores presidenciais procurá-los para abordar sobre a votação no Senado Federal.
Para o julgamento que terá início na quinta-feira (25), a expectativa do Palácio do Planalto é conseguir pelo menos 62 votos, incluindo o do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), que ainda não decidiu se votará.