Estadão Conteúdo - Opositores do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) apresentaram requerimento para tentar antecipar a votação em plenário do pedido de cassação do peemedebista, marcada para 12 de setembro.

O requerimento foi protocolado pelo líder da Rede, Alessandro Molon (RJ), e conta com apoio de outros seis partidos: PT, PCdoB, PDT, PSB, PPS e PSOL.

No pedido, eles defendem que a votação seja realizada nesta terça-feira (23).

O objetivo do requerimento é constranger o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e líderes de outros partidos, tachando-os como “protetores” de Cunha, por não apoiarem o pedido de antecipação.

Isso porque os opositores do deputado afastado sabem que a chance de o requerimento ser analisado é pequena, uma vez que a decisão de pautá-lo é de Maia, que já afirmou ser contra adiantar a votação da cassação.

LEIA TAMBÉM » Maia indica que só fará sessão para cassação de Cunha com quórum mínimo de 460 » Votação da cassação de Eduardo Cunha é marcada para 12 de setembro, após impeachment Para opositores de Cunha, o dia marcado pelo presidente da Câmara favorece o peemedebista, pois é uma segunda-feira, dia em que normalmente o quórum é baixo na Casa.

Além disso, os adversários temem o movimento articulado por partidos como o PMDB de esvaziar o plenário em 12 de setembro, para provocar o adiamento da votação da cassação para depois das eleições municipais, quando as chances de Cunha se salvar são maiores.

Parecer ou resolução Nesse domingo (21), deputados do PSOL e Rede também pressionaram Maia em relação aos procedimentos da votação.

A Coluna do Estadão mostrou que aliados de Cunha pressionam o presidente da Câmara para que ele coloque em votação um projeto de Resolução, e não o parecer aprovado pelo Conselho de Ética da Casa.

Diferente do parecer, o projeto permitiria que deputados apresentassem emenda para tentar aprovar uma pena mais branda do que a cassação. » Procuradoria liga mulher de Cunha a esquema ‘criminoso’ na Petrobras » Lava Jato teme fuga da mulher de Eduardo Cunha Na reunião de líderes, Molon e Alencar cobraram Maia sobre essa especulação.

Segundo os deputados, o presidente prometeu que colocará o parecer aprovado pelo Conselho de Ética, como defende a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. “Ele disse que não vai fazer nada de diferente do que sempre foi feito na Casa”, disse Molon. “Ele disse que jamais alteraria o que é praxe da Casa”, completou Alencar.

Procurado, Maia não se pronunciou.