Líderes partidários da base aliada disseram ao presidente interino Michel Temer que há um esforço para rejeitar, na votação da Câmara marcada para esta segunda-feira (22), os três destaques apresentados pelo PT ao projeto que trata da renegociação da dívida dos estados.

Os partidos asseguraram o apoio ao governo durante almoço organizado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em sua residência oficial.

O encontro precedeu a reunião do Colégio de Líderes, onde a oposição também sentará à mesa para discutir a pauta da semana. “Vamos trabalhar com aprovação do projeto na sua forma original”, disse o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, porta-voz da reunião.

LEIA TAMBÉM » Câmara aprova projeto sobre renegociação das dívidas dos estados Uma das mudanças no projeto defendida pelo PT é a participação maior das regiões Norte e Nordeste na parcela do Fundo de Participação dos Estados, já que consideram que os estados do Sul e Sudeste acabaram mais beneficiados com o prolongamento do prazo para quitar seus débitos com a União.

No entanto, segundo Geddel, o governo não vai mudar esse ponto na proposta. “Na semana passada o presidente esteve reunido com governadores do Nordeste, Centro-Oeste e Norte que apresentaram algumas ideias e alternativas e o presidente determinou que no prazo de 15 a 20 dias a equipe econômica trouxesse uma solução que pudesse contemplar os interesses destes estados que vivem uma situação completamente distorcida e que enfrentam dificuldades reais dentro do drama que vive o Estado brasileiro”, disse o ministro, numa tentativa de tranquilizar as regiões mais afetadas pela crise. » Em Brasília, Paulo Câmara defende medidas compensatórias para Estados com dívidas pequenas » Governo Temer amplia proposta de renegociação da dívida dos Estados » Governo Temer não quer renegociar dívidas dos estados com o BNDES, ao contrário do que deseja Paulo Câmara Ao chegar à residência oficial, líderes da base aliada disseram que suas bancadas estarão presentes em peso na sessão.

A expectativa dos aliados do governo é alcançar um quórum de mais de 400 deputados para conseguir derrubar os destaques da oposição.

Foto: Beto Barata/Presidência da República - Foto: Beto Barata/Presidência da República Foto: Beto Barata/Presidência da República - Foto: Beto Barata/Presidência da República Foto: Beto Barata/Presidência da República - Foto: Beto Barata/Presidência da República Foto: Beto Barata/Presidência da República - Foto: Beto Barata/Presidência da República Foto: Beto Barata/Presidência da República - Foto: Beto Barata/Presidência da República Geddel Vieira Lima disse que após concluir a análise do projeto da dívida, o governo pretende levar à votação as medidas provisórias que estão na pauta, principalmente a que trata da prorrogação do Programa Mais Médicos.

Ao todo, oito MPs trancam a pauta da Câmara e precisam ser votadas para que o governo tente emplacar outras matérias, como a proposta que altera o regime de partilha do pré-sal.

Na sessão do Congresso Nacional, marcada para as 11h desta terça-feira (23), o governo espera aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e concluir a apreciação de vetos. » Governo de Pernambuco prevê déficit de R$ 241 milhões em 2017 e queda de receita até 2019 » Governo usará reserva para cumprir meta de déficit de R$ 170,5 bi em 2016 Perguntado sobre possíveis reajustes salariais para o funcionalismo público federal este ano, Geddel disse que o momento é de “segurar” estas propostas. “O Brasil precisa aprovar suas reformas estruturantes, sinalizar o compromisso com combate ao déficit público e austeridade fiscal.”