Ao apresentar os dados da própria gestão, o prefeito Geraldo Julio (PSB), em campanha à reeleição, adotou a estratégia de comparar os quatro anos de mandato aos três do PT no Recife - os oito primeiros com João Paulo, adversário do socialista nestas eleições, e os outros quatro com João da Costa, que agora tenta uma vaga na Câmara Municipal.

Durante os 40 minutos de fala no seminário “Propostas para o Recife”, realizado no Lide Pernambuco na manhã desta sexta-feira (19), Geraldo Julio exaltou obras como a implantação do Compaz no Alto Santa Terezinha, na Zona Norte, que recebeu o nome do padrinho político dele, o ex-governador Eduardo Campos (PSB). “É a maior fábrica de cidadania do País”, afirmou, enaltecendo o único dos cinco equipamentos como esse prometidos nas eleições vencidas pelo socialista em 2012, inaugurado este ano.

LEIA TAMBÉM » Geraldo Julio defende candidatura de Paulo Câmara à reeleição em 2018 O prefeito também criticou a estrutura da rede municipal de saúde antes de assumir. “Os postos de saúde eram casinhas alugadas.

A cozinha já tinha balcão, então aproveitava para o consultório do dentista.

A velha política era essa”, acusou. “O povo do Recife não vai mais admitir que aluguem casinhas.

O prefeito que assumir nos próximos 20 anos vai ter que fazer desse jeito porque de outro o povo não deixa”, acrescentou, para enaltecer a construção de Upinhas.

O socialista inaugurou até agora 10 unidades, enquanto havia prometido durante a campanha que o elegeu 20 das que são 24 horas e 22 Upinhas Dia, que funcionam como unidades de saúde da família.

Quatro anos depois de registrar o programa de governo em cartório e não conseguir cumprir muitos planos, Geraldo Julio não revelou detalhes sobre as propostas que serão apresentadas neste pleito. “É natural quando você está fora do governo apresentar um plano de mudança.

O que eu falei aqui fala de futuro também.

A mudança já começou.

A gente quer dar continuidade”, afirmou.

Veja o vídeo: Os números de investimentos foram apresentados logo no início da apresentação, que o prefeito já iniciou disparando: “Não tinha um modelo de gestão”.

De acordo com os dados mostrados por Geraldo Julio, desde 2013, quando assumiu, foram investidos 12,03% das receitas e nas gestões de João Paulo e João da Costa, 6,86%.

As comparações com as gestões petistas continuaram durante o debate com empresários do Lide e com jornalistas, momento em que, aproveitando as perguntas, afirmou, por exemplo, que no seu mandato foram implantadas três vezes mais ciclovias que antes.

Sobre a segurança, alfinetou os prefeitos anteriores acusando-os de não cuidar do problema. “O Brasil está passando por um momento muito grave na segurança”, admitiu, levando, porém, a questão para o âmbito nacional.

A gestão estadual é responsável pelas ações na área - no caso, o governo Paulo Câmara, aliado de Geraldo Julio.

Geraldo Julio ressaltou que houve uma crise econômica no meio do seu mandato, avaliado por ele como o pior desde 1930. “Nenhum de nós viveu numa crise tão dura na economia brasileira”, afirmou.

Porém, defendeu a sua gestão ao dizer que tentou resolver o problema. “Ela atropelou os nossos planos, sim, mas atropelou o plano de todo mundo”, falou.

O prefeito opinou que a economia tem ganhado confiança com o governo Michel Temer (PMDB), mas ela precisa se consolidar para que haja mais investimentos. “A confiança mudou completamente, mas o momento é de apreensão”, ponderou.

Apesar de todas as alfinetadas contra os governos petistas - tanto de João Paulo e João da Costa quanto da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), por último -, frisou: “Quero fazer a campanha da paz, a campanha de a gente discutir o que é melhor para a cidade”, concluiu Geraldo Julio no Lide.

Sobre as críticas veladas, afirmou que no balanço da gestão tem que haver comparações.

Assista: