Estadão Conteúdo - Na tentativa de diminuir os desgastes com o PSDB, o presidente em exercício Michel Temer convidou o senador Aécio Neves (MG) e a cúpula do partido no Congresso para um jantar nesta quarta, 17, no Palácio do Jaburu.

O Palácio do Planalto vem demonstrando desconforto com a escalada de críticas dos tucanos à equipe econômica, liderada pelo ministro Henrique Meirelles (Fazenda), e ao fato de o governo ceder em negociações que envolvem o ajuste fiscal.

Em declaração ao jornal O Estado de S.

Paulo, publicada nessa terça, 16, o secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco - um dos mais próximos conselheiros do presidente em exercício -, rebateu críticas dos tucanos a Meirelles.

Segundo ele, “a experiência mostra não ser recomendável transformar o ministro da economia em vítima de manipulação eleitoral”.

LEIA TAMBÉM: » Maioria dos brasileiros quer nova eleição presidencial, mostra pesquisa Ipsos » Aécio pede a Temer apoio para recriar cláusula de barreira e proibir coligação » Humberto Costa diz que Michel Temer chantageia Congresso com aumento de impostos Temer quer aproveitar a conversa com os dirigentes do PSDB para pedir apoio dos deputados e senadores ao titular da Fazenda.

O Planalto acha que as críticas têm atrapalhado a aprovação das “importantes medidas” em tramitação no Congresso e consideradas “fundamentais” para a retomada do crescimento e da economia.

Por isso, o governo quer evitar que a antecipação do debate sobre as eleições de 2018 contamine todo este processo.

Para aplacar as desconfianças no principal partido aliado do governo interino, o presidente em exercício tem reiterado que não será candidato na próxima eleição presidencial.

O Planalto já identificou que o incômodo principal do PSDB com Meirelles tem a ver com o fato de ele ser também um potencial candidato à Presidência em 2018.

O governo considera, porém, que uma eleição vitoriosa para qualquer aliado só se viabilizará se o combate à inflação tiver sucesso, levando à retomada do crescimento e dos empregos - para isso, portanto, é necessário a aprovação das medidas de ajuste no Congresso. » PSDB estipula limite para ‘bondades’ da gestão Temer » Temer diz que não cogita disputar a eleição presidencial em 2018 » Datafolha: Lula lidera intenções de voto em 2018, mas não venceria no segundo turno Meirelles já havia sido alvo de críticas dos tucanos durante a discussão das medidas de renegociação da dívida dos Estados e até aprovação de aumento salarial para várias categorias.

Alguns líderes do PSDB disseram que o ministro da Fazenda e o governo estavam cedendo demais aos partidos da base aliada em pontos que consideravam fundamentais para o ajuste.

Aos tucanos, Temer pretende dizer que é importante para todos que queiram disputar a eleição de 2018 concentrar suas forças na busca pelo entendimento em torno do governo que se formou a partir do processo de impeachment. » Michel Temer prioriza aliados com repasses de R$ 2 bilhões em 51 dias » Em Pernambuco, Humberto Costa diz que Temer vai “governar para a classe mais rica” ‘Erro’ Temer vai repetir que foi “um erro” a antecipação do debate das eleições de 2018 trazido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Os tucanos têm pelo menos três presidenciáveis: o presidente do partido, Aécio Neves; o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ministro das Relações Exteriores, José Serra. » Acompanhando discursos de Lula em Pernambuco, Humberto Costa fala em eleição de 2018 » Em Pernambuco, Lula diz que “para não ser candidato em 2018, é só o Brasil dar certo” O jantar previsto para hoje já foi desmarcado duas vezes por causa de votações no Congresso.

A ideia do Planalto é que o encontro ocorra depois da aprovação da Desvinculação das Receitas da União (DRU).

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.