Pensando na campanha mais curta e com recursos limitados, o prefeito Geraldo Julio (PSB), que tentará mais um mandato na capital pernambucana, começou os eventos oficiais para as eleições com um ato para tentar estimular a militância a pedir votos para a chapa majoritária da Frente Popular.
Em discurso para os voluntários, o socialista exaltou os três anos e meio de gestão e disparou, sem citar nomes, contra o ex-prefeito João Paulo (PT), um dos seus principais adversários este ano: “Se o Recife estava apontando para o fundo do poço, a gente foi lá e resgatou e colocou no caminho certo.
Nós não somos de dividir, nós somos de juntar”.
Com sete adversários, incluindo o petista e o deputado federal Daniel Coelho (PSDB), que ficou em segundo lugar há quatro anos, Geraldo Julio não mostrou total confiança em vencer a eleição ainda no primeiro turno. “Ganhar uma eleição no primeiro ou no segundo turno dá os mesmos quatro anos de mandato”, disse.
Atual vice de Geraldo Julio e candidato ao mesmo cargo, Luciano Siqueira também foi vice de João Paulo (Fotos: Andréa Rego Barros/Divulgação) O prefeito reclamou da situação em que a capital estava na campanha em que foi lançado pelo seu padrinho político, Eduardo Campos (PSB), há quatro anos. “A cidade clamava por mudança, desejava um novo caminho, pedia realizações completas na vida do povo, não se sentia cuidada e acolhida pela prefeitura”, atacou. “A gente volta aqui três anos e meio depois de cabeça erguida, podendo bater no peito e sabendo que a gente pode hoje andar pelas ruas da cidade, como disse Luciano (Siqueira, novamente candidato a vice-prefeito na chapa), encontrar os moradores, olhar olho no olho e conversar sobre qualquer assunto”, acrescentou.
O governador Paulo Câmara (PSB), outro afilhado político de Campos, enalteceu o correligionário. “Vamos enfrentar dias duros de trabalho, mas vamos trabalhando, dizendo a verdade”, afirmou. “(Geraldo Julio) não descansou nenhum dia”, concluiu.
LEIA TAMBÉM » Com campanha menor, candidatos no Recife saem às ruas no 1º dia de jornada O prefeito atribui à crise econômica, entre outras causas, o fato de não ter conseguido cumprir algumas das suas promessas de campanha - das cinco unidades do Compaz, o Centro Comunitário da Paz, prometidas, apenas uma foi entregue, o do Alto Santa Terezinha, na Zona Norte da cidade, apontado pelo socialista como “a maior fábrica de cidadania deste País”.
Mesmo assim, exalta as obras realizadas durante a gestão - 3 mil, segundo o secretário de Planejamento e Gestão, Alexandre Rebêlo. “A gente lutou contra a maior crise econômica que esse País já passou, mas a gente não esmoreceu.
Nós tivemos a determinação de fazer mais com menos”, afirmou no discurso. “Todos os compromissos que eu assumi com a cidade estão mantidos.
A gente fez muito mais por essa cidade do que era feito.
Foi provado em números que em quatro anos a gente fez muito mais do que três governos anteriores em algumas áreas”, defendeu a gestão. “Compaz, não existia nenhum no Recife”, acrescentou.
Questionado se, devido a essa crise, terá promessas menos ambiciosas nestas eleições, respondeu: “Nós vamos discutir o plano de governo com a população.” Fotos: Andrea Rego Barros/Divulgação - Fotos: Andrea Rego Barros/Divulgação Fotos: Andrea Rego Barros/Divulgação - Fotos: Andrea Rego Barros/Divulgação Fotos: Andrea Rego Barros/Divulgação - Fotos: Andrea Rego Barros/Divulgação Fotos: Andrea Rego Barros/Divulgação - Fotos: Andrea Rego Barros/Divulgação Fotos: Andrea Rego Barros/Divulgação - Fotos: Andrea Rego Barros/Divulgação Uma campanha diferente Dirigindo-se a militância, os socialistas ressaltaram que essa será uma campanha diferente das anteriores.
O principal motivo são as novas regras impostas pela minirreforma eleitoral sancionada no ano passado, que diminuiu pela metade o tempo de campanha.
Se em 2012 o então desconhecido Geraldo Julio teve três meses para caminhar com Eduardo Campos, agora terá 45 dias. “Essa será a campanha da simplicidade, da humildade, da sinceridade e, acima de qualquer coisa, da proximidade”, defendeu. » Unidos, João Paulo e João da Costa criticam a gestão Geraldo Julio no 1º dia de campanha » Candidato a prefeito, Carlos Augusto diz que o Recife “não está no caminho certo” “Eu acho que a campanha é diferente para todo mundo.
Mudou a regra, mudaram os instrumentos de campanha, sem dúvida nenhuma vai ser uma campanha de militância.
O prefeito sozinho não vai conseguir visitar todas as casas do Recife, mas a nossa militância inteira vai conseguir”, disse.
Geraldo Julio garantiu, porém, que vai estar nas ruas. “Passei mais de um ano dizendo que a campanha eleitoral a gente ia fazer na época de campanha, porque as pessoas precisam muito da administração, do gestor trabalhando, e eu me dediquei até o último dia à gestão integralmente.
Agora está na hora de cuidar da campanha, que é importante também, é a expressão da democracia”, argumentou.
A ausência do ex-governador nas primeiras eleições municipais também vai levar os socialistas a falarem muito seu nome nos próximos 45 dias. “Nós tínhamos Eduardo Campos, que nos fez irmãos.
Mas tenho convicção que essa campanha será ainda mais bonita”, afirmou o deputado estadual Waldemar Borges (PSB), líder do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), defendendo que o legado do socialista deverá ser lembrado na campanha. “Eduardo é uma liderança política muito importante que Pernambuco construiu”, concordou Geraldo Julio.