Estadão Conteúdo - O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processo em primeiro grau da Operação Lava Jato, suspendeu nessa sexta-feira (12), por duas semanas, a ação penal contra executivos da Odebrecht após “notícia de que acusados” estaria “negociando alguma espécie de acordo de colaboração”.
O presidente do grupo, Marcelo Bahia Odebrecht, e executivos discutem com o Ministério Público Federal uma delação em que vão confessar envolvimento na corrupção descoberta na Petrobras.
LEIA TAMBÉM » Delações da Odebrecht atingem 100 políticos, entre eles dez governadores » Odebrecht diz que repassou R$ 10 mi a pedido de Temer » José Serra recebeu R$ 23 milhões via caixa dois, revela Odebrecht “Encerrada a instrução, é o caso de designar os interrogatórios dos acusados.
Ponderou porém o juiz que há notícia de que alguns acusados, inclusive todos os presos por este processo, estariam negociando alguma espécie de acordo de colaboração, o que pode ser determinante para a posição que adotarão em seus interrogatórios nesta ação penal”, registrou Moro. “Nesta condição, com a concordância das defesas, resolvo suspender a Ação Penal por duas semanas.” Foto mostra a Polícia Federal na sede da Odebrecht na 23ª fase da Operação Lava Jato, a Acarajé (Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil) A decisão de Moro foi dada em termo de audiência de três testemunhas da acusação no processo em que Odebrecht e executivos do grupo são réus por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, decorrente da descoberta de um departamento oficial de propinas na empresa.
O marqueteiro do PT João Santana também é réu nesse caso. » Gerente liga setor de propina a Marcelo Odebrecht » Marcelo Odebrecht desiste dos depoimentos de 15 testemunhas de defesa, incluindo Dilma » Odebrecht troca pedido de liberdade por delação premiada Moro afirma que embora o MPF “tenha se manifestado no sentido de que suspensão não seria necessária”, o processo que está em fase final ficará suspenso. “Ao cabo de duas semanas, reavaliarei.”