O Diário Oficial da União publicou, nesta sexta-feira (12), a dispensa de Mozart Sales da direção da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), depois que ele renunciou ao cargo.

Sales foi alvo da Operação Pulso da Polícia Federal, no fim do ano passado, suspeito de participar de uma organização criminosa especializada em direcionar licitações e desviar recursos públicos da estatal, mas negou envolvimento em qualquer esquema.

Durante a operação, a Polícia Federal percebeu que inúmeras amostras de sangue coletado que deveria ser transformado em medicamentos contra a hemofilia e outras doenças deixaram de ser fabricados em por ter sido armazenado de forma inadequada tornando-se inapropriado para a produção dos medicamentos.

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Ele ficou responsável pelas atividades de pesquisa, produção e gestão do plasma.

Mozart foi escolhido para o cargo pelo ex-ministro da Saúde Arthur Chioro. » MPF denuncia à Justiça envolvidos em fraudes na Hemobrás » Supostos desvios na Hemobrás envolvem até R$ 107 milhões, diz MPF Mozart Sales é médico e suplente de deputado federal.

Foi vereador do Recife pelo PT e coordenador do programa Mais Médicos, uma das principais vitrines do primeiro mandato da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).

Formado em Medicina pela Universidade de Pernambuco (UPE), Mozart foi secretário-geral do Sindicato dos Médicos, membro do Conselho de Administração da Hemobrás e chefe de gabinete do então ministro da Saúde, Alexandre Padilha (2011-2012). » Ex-coordenador do Mais Médicos, Mozart Sales é um dos investigados pela Operação Pulso » Investigado pela PF, Mozart Sales nega irregularidades na Hemobrás » PF deflagra operação contra organização criminosa que atuava na Hemobrás No início deste mês, o Tribunal Regional Federal da da 5º Região (TRF5) autorizou Rômulo Maciel Filho, também alvo da Operação Pulso, a reassumir a presidência da Hemobrás.

A defesa afirmou que os desembargadores que votaram pelo retorno do gestor entenderam que a volta de Rômulo ao cargo não iria interferir nas investigações.

A decisão da turma não foi unânime, foram dois votos favoráveis e um contra.

Em repúdio ao possível retorno de Rômulo Maciel Filho, funcionários da empresa protestaram.