Líder do PT no Senado Fereral, Humberto Costa (PE) disse na manhã desta quarta-feira (10) acreditar ser possível conseguir os votos suficientes para evitar o impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff, na votação final na Casa.

Segundo o senador, alguns parlamentares estariam optando votar a favor do impedimento por não se expor a “pressões” neste momento, mas que acenam com a possibilidade de mudança de posicionamento.

Humberto Costa aposta na estratégia de convencer os senadores de que não houve crime de responsabilidade para conquistar os votos necessários para absolver Dilma Rousseff.

Confira a fala do senador: Na madrugada desta quarta-feira, o Senado aprovou por 59 votos a 21, o parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) julgou procedente a denúncia contra Dilma.

Para evitar o impeachment, a petista precisa arregimentar o voto de, pelo menos, 27 senadores, pois Renan Calheiros, presidente da Casa, disse que não vai votar. “Alguns votantes contrários ao governo nessas primeiras avaliações que tivemos agora estão definidos a votar pela volta da presidenta, só que votar agora seria permanecer um mês inteiro a mercê das pressões, da chantagem do governo [do presidente interino Michel Temer]”, disse Humberto.

Costa minimizou o resultado da votação, com mais de dois terços dos senadores contra Dilma, e considerou uma “vitória” ter mantido o voto de 21 senadores sem ter nada para oferecer “no toma lá, dá cá do poder”. “Foi uma vitória mantermos o voto de 21 senadores sem termos nada além de ter feito a disputa política e acreditamos que há condição que termos mais seis ou sete votos”, disse.

Mesmo na iminência de um resultado desfavorável, Humberto encaminhou voto contrário ao texto do parlamentar tucano e reafirmou que o julgamento sobre a denúncia tem de ser também jurídico, e não apenas político, como crê que está ocorrendo no Senado. “Em nenhum momento durante todos esses meses de trabalho, nem o senador Anastasia, nem as testemunhas e os senadores que apoiam esse impeachment conseguiram comprovar a existência de crime de responsabilidade praticado pela presidenta da República.

Infelizmente, diante da situação, não podemos tratar a questão como outra coisa a não ser golpe. É um golpe parlamentar”, afirmou.

Humberto reiterou que vários foram os motivos para que o processo contra a presidenta fosse rejeitado, como a constatação da perícia do Senado de que ela não teve qualquer responsabilidade sobre as chamadas pedaladas fiscais e a decisão do Ministério Público Federal de mandar arquivar inquérito criminal sobre o tema.

Em relação aos decretos suplementares editados sem autorização do Congresso Nacional, segundo ponto da denúncia contra a presidenta, o parlamentar ressaltou que eles não alteraram a meta fiscal anual prevista pelo Governo. “Isso ficou novamente comprovado no fim do ano: que a meta foi cumprida”, disse.