Do JC Online Em matéria exclusiva, o Estado de São Paulo afirma que a Polícia Federal comprovou a denúncia do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de que o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) teria pedido a ele, entre 2010 e 2011, R$ 20 milhões de propina para a campanha à reeleição de Eduardo Campos (PSB) ao governo de Pernambuco.
Bezerra Coelho é apontado na reportagem como “braço direito de Eduardo Campos”, qualificação que teria sido dada pela PF.
Corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa seriam os crimes apontados pela polícia.
LEIA MAIS: » Teori autoriza mais prazo para investigação de Fernando Bezerra Citando a investigação da PF, o Estadão diz que “restou demonstrado que Bezerra participou ativa e substancialmente na solicitação de propina às empresas envolvidas e também se beneficiou de uma parte do montante ilícito”.
Ministro do governo Dilma Rousseff, Bezerra Coelho é pai do atual ministro das Minas e Energia, Fernando Filho, lembra a matéria.
Era secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape na época em que se deram os fatos investigados. “O valor milionário foi pago por empreiteiras em troca de esforços políticos para assegurar a obra de infraestrutura na Refinaria Abreu e Lima e incentivos tributários, ‘o que de fato veio a ocorrer’.
O empreendimento foi contratado pela diretoria da Petrobrás comandada por Paulo Roberto Costa.
O dinheiro da corrupção chegou ao destino final por várias formas: doações eleitorais ‘oficiosas’, contratos fraudulentos ou superfaturados firmados com empresas de fachada e, até mesmo, pagamentos em espécie.
A PF também comprovou que o esquema beneficiou o ex-governador de Pernambuco, morto num acidente aéreo em 2014.
Por essa razão, o processo com relação a ele será extinto”, relata a reportagem.
Conforme o Estadão, a acusação está na delação premiada do ex-executivo da Petrobrás.
O inquérito, concluído, está com o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), completa.
A defesa do senador, na matéria, é feita pelo advogado André Luís Callegari.
Ele diz que “passado mais de um ano do início das investigações, o procedimento segue sem qualquer prova sobre a participação do senador em qualquer atividade ilícita, e continua calcado tão-somente nas informações conflitantes fornecidas por delatores, declarações estas que não vêm com sequer um documento comprobatório”.
Afirma que depoimentos colhidos em delação premiada não são por si só meio de prova.
Alega também que o senador não participou da coordenação das campanhas de 2010 e 2014 de Eduardo Campos.
O JC aguarda informações oficiais da PF e da assessoria do senador.