O presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), Alexandre Andrade Lima, reuniu-se com membros do governo e o ministro de Minas e Energias, Fernando Filho, para pedir reajuste do tributo conhecido como Cide, que recai sobre a gasolina, sob o argumento de que, além de bilhões em investimento no setor, a competitividade do etanol brasileiro promoverá o aumento de milhares de emprego e contribuirá para o Brasil atender as metas ambientais postas na COP21 “O governo do presidente interino Michel Temer estuda aumentar a Cide, tributo que incide sobre os combustíveis.

Porém, não há nada definido, apesar do preço artificial da gasolina por vários anos no governo Dilma Rousseff, já que a Petrobras importava o combustível fóssil mais caro e vendia mais barato no País.

Fato este que promoveu uma concorrência desleal com o etanol a base de cana de açúcar, impactando esta cadeia produtiva brasileira, o que gerou a maior crise do setor sucroenergético.

A fim de reverter esta situação e voltar a movimentar bilhões adicionais na economia com a retomada do incremento do etanol na matriz energética, com efeitos na geração de emprego e renda”, afirma o presidente da Feplana, Alexandre Andrade Lima.

A Feplana defendeu o reajuste da Cide da gasolina e a aplicação de um critério ambiental onde taxa o combustível a partir do seu teor poluente.

Segundo a entidade, o ministro ficou de se reunir com a equipe econômica do governo para avaliar a viabilidade da medida, bem como de outros pleitos do setor. “O aumento do tributo é uma forma de garantir a justa competitividade do etanol, já que o governo congelou por anos o preço da gasolina"disse Andrade Lima. “Ressalto a importância da medida para a ampliação do consumo do combustível a base de cana - uma matéria prima renovável, limpa e sustentável.

Com isso, haverá grande movimentação financeira com positivos reflexos na economia.

O dirigente lembrou que mais de US$ 40 bilhões poderá ser investido pelo setor para atender a demanda dos consumidores, além de todos os benefícios a ser gerados com milhares de novos empregos.

A iniciativa ainda ajuda com o país a cumprir sua meta posta na COP 21”.

Paulo Leal, vice-presidente da entidade canavieira, defendeu o proposta de transformar a Cide em um “Green Tax” já existente em alguns países.

A ’taxa verde’ consiste em beneficiar combustíveis renováveis e taxar mais os poluentes.

O dirigente aproveitou para lembrar ao ministro que 80 usinas fecharam nos últimos anos e mais de 80 estão em recuperação judicial.

Além de Leal e Lima, a reunião com Fernando Filho contou com a participação do diretor da Feplana, Murilo Paraíso, do presidente da Sindicato dos Cultivadores de Cana de PE, Gerson Carneiro Leão, do deputado federal André Amaral (PMDB/PB) e do secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Marcio Felix.

Cooperativas e BR Distribuidora Andrade Lima informou que tratou com o ministro de Minas e Energias sobre a liberação da comercialização de etanol de cooperativas de canavieiros do Nordeste com a Distribuidora BR, empresa vinculada à Petrobras.

O dirigente solicitou ação ministerial para destravar a proibição “descabida” da venda de etanol da cooperativa que administra a Usina Cruangi em Pernambuco à Distribuidora. “A estatal bloqueou a negociação por conta de pendências dos donos da usina, mesmo sem haver nenhum passivo da Cooperativa formada por agricultores”. “Enquanto o governo pernambucano estimula o cooperativismo, até com a elevação do crédito presumido do ICMS do etanol produzido no local, a União, através da BR Distribuidora, está dificultando a retomada desta importante atividade socioeconômica para a região, com esse bloqueio sem lógica”, reclamou o dirigente.

Andrade Lima solicitou que o ministro de Minas e Energia revise esta injusta situação com o setor, de modo que permita a comercialização do etanol da cooperativa com a referida estatal, o que garantirá o restabelecimento de uma relação comercial normal, como já acontece entre a cooperativa com as demais companhias distribuidoras.