O senador Fernando Collor (PTC-AL) admitiu desconforto na situação de julgar o afastamento da presidente afastada Dilma Rousseff, pelo fato de ele mesmo ter passado por situação análoga.
Em 1992, Collor renunciou ao cargo de presidente da República, mas o Congresso seguiu com o julgamento, confirmando seu impeachment. “Sei das amarguras de um governante nessa situação.
Condenaram-me politicamente, mas fui absolvido na Suprema Corte”, registrou o senador, ao discursar no Plenário nesta terça-feira (9).
LEIA MAIS: » Veja como votaram os senadores sobre julgamento de Dilma » Por 59 a 21, Dilma vai a julgamento e pode sofrer impeachment Na madrugada desta quarta-feira, o Senado aprovou por 59 votos a 21, o parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) julgou procedente a denúncia contra Dilma.
Para evitar o impeachment, a petista precisa arregimentar o voto de, pelo menos, 27 senadores, pois Renan Calheiros, presidente da Casa, disse que não vai votar.
Em discurso, Collor disse que os últimos anos do governo afastado foram um desastre e que chegou a hora de virar a página.
Confira, na íntegra, o discurso do senador: » “Não mudei minha posição”, afirma Armando Monteiro sobre impeachment » Humberto Costa diz que impeachment é a maior “sabotagem política e econômica” da história Collor criticou a lei do impeachment, na questão de prazos e quóruns para votação, e defendeu uma lei de governança política mais moderna.
Apesar das críticas, o senador disse entender que houve infrações legais que mostrariam crime de responsabilidade de Dilma Rousseff.
Na visão de Collor, em 2010, o governo recebeu o país em estabilidade política e institucional, com “razoável ajuste econômico” e com motivação social.
Mas com Dilma, ponderou, o país entrou em uma “areia movediça”, quando o governo desprezou a voz das ruas e se desconectou da realidade. » Cristovam Buarque indica voto pelo impeachment e diz que retorno de Dilma traria crise » Ex-ministro de Dilma, FBC diz que medidas econômicas foram para manter ambição de poder “É preciso virar esta página.
Mudança, como diz Alvin Toffler, é o processo no qual o futuro invade nossas vidas”, concluiu Collor, citando o escritor e futurista estadunidense.
Da Agência Senado