Último entre os presos na Operação Turbulência a entrar com pedido de liberdade no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), o empresário Arthur Roberto Lapa Rosal teve a solicitação negada nesta terça-feira (9).
O relator do caso, desembargador Ivan Lira de Carvalho, considerou que há indicativos de que ele era ligado a empresas fantasmas e cometeu os crimes que é acusado: lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
Tuta Rosal, como é conhecido, está entre os 18 denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) à Justiça Federal na semana passada.
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Tuta Rosal teria sido favorecido com R$ 100 mil, transferidos pelas empresas pertencentes aos operadores financeiros Roberto Trombeta e Rodrigo Morales.
O inquérito aberto para apurar a compra do jatinho usado pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB) na campanha presidencial de 2014, quando morreu após a queda do mesmo avião, chegou a uma organização que chegou a movimentar R$ 600 milhões em recursos desviados de obras da Petrobras e da Transposição do Rio São Francisco. » Consultor revela que Eduardo Ventola tentou usar segunda empresa para comprar avião que vitimou Eduardo Campos, diz MPF » MPF diz que ‘organização criminosa’ usou rede de postos de gasolina para lavar dinheiro » Celular e Ipad deram pistas para desvendar rede de relacionamento e empresas fantasmas da operação da PF As defesas dos outros três acusados que estão presos - Apolo Santana Vieira, João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Eduardo Freire Bezerra Leite, considerados líderes do esquema - também haviam entrado com pedidos de liberdade.
Nenhum deles conseguiu o habeas corpus, no entanto.
Todos recorreram ao Supremo Tribunal de Justiça (STF) e aguardam a decisão no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel). » Empresa de terraplenagem não tinha sequer um caminhão em seu nome » Apontado como líder de esquema, João Carlos Lyra tem apenas R$ 7 na conta » Securitizadora de crédito também foi usada para movimentar recursos clandestinos em esquema fraudulento, diz MPF A 4ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco também havia decretado a prisão preventiva de Paulo Cesar de Barros Morato, apontado como “laranja” na organização, assim como Tuta Rosal.
O empresário estava foragido e foi encontrado morto um dia depois da deflagração da operação pela Polícia Federal.
A Polícia Civil investiga o caso, mas a única informação divulgada até agora pela Secretaria de Defesa Social (SDS) é de que foi encontrado veneno no corpo de Morato.