Ex-ministro da Integração Nacional no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) usou o nome do ex-governador Eduardo Campos (PSB), adversário da petista nas eleições presidenciais de 2014, para criticar a política econômica do governo dela. “Desde 2013, já se via que as despesas cresciam mais que as receitas”, disse. “Para manter a ambição de poder e de projeto político se continuou gastando e se optou, sim, pelo que se chamou de contabilidade criativa para abrir espaço fiscal onde não existia”, disparou ainda em seu discurso.
LEIA TAMBÉM » Humberto Costa diz que impeachment é a maior “sabotagem política e econômica” da história » “Não mudei minha posição”, afirma Armando Monteiro sobre impeachment “Em 2014, na campanha, aqueles que chamavam atenção que o Brasil iria mergulhar numa grave crise econômica e social foram tratados como pessimistas, que pregavam contra interesse do povo brasileiro, contra os programas de inclusão social.
O que é verdade é que as políticas públicas precisam ser sustentáveis”, afirmou.
Apesar de criticar Dilma, governo do qual participou, Fernando Bezerra Coelho defendeu o ex-presidente Lula (PT), padrinho político dela, ao lembrar que foi aliado do petista em diversas eleições. “Lula fez a promoção de inclusão social, mas não praticou nenhum déficit nas suas contas públicas”, frisou. » Cristovam Buarque indica voto pelo impeachment e diz que retorno de Dilma traria crise » Aécio Neves diz que “milhões de brasileiros sofreram por ilegalidades cometidas por Dilma” O pernambucano foi o 11º a subir na tribuna do Senado nesta terça-feira (9), quando os parlamentares votam se o processo de impeachment avança ou não e se Dilma vai a julgamento.
O discurso de Fernando Bezerra Coelho foi logo depois da fala do líder do PT na Casa, Humberto Costa (PT-PE), que defendeu Dilma e atacou o governo interino Michel Temer (PMDB), em que o filho do senador Fernando Filho é ministro de Minas e Energia.
Fernando Bezerra Coelho lembrou que era deputado federal em 1992, quando o agora senador Fernando Collor (PTC-AL) sofreu o impeachment, e que votou pelo afastamento do então presidente. “É duro, e doloroso interromper um mandato conquistado nas urnas, mas o meu voto é pela pronúncia”, adiantou. “É um voto da esperança.
O Brasil é maior do que as crises que enfrentamos.
As instituições políticas estão em xeque, mas eu tenho esperança de que com dor, com perdas, haveremos de sair maiores”, afirmou ainda.