Prender um político que se sabe estar envolvido em algum caso de corrupção é a vontade de 24,6% dos eleitores da Região Metropolitana do Recife. É o que aponta o levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), em parceria com o Jornal do Commercio e com o portal Leia Já, para traçar o perfil do eleitorado local a dois meses do pleito municipal, o primeiro realizado após o início da Operação Lava Jato.

A prisão e a justiça são os desejos da maioria dos 79,5% dos entrevistados que disseram saber sobre os escândalos de corrupção.

Porém, não são poucos os radicais, que pensam até em cometer crimes contra esses políticos.

Chega a 23,2% o percentual daqueles que tomariam atitudes violentas, como matar ou explodir os corruptos. » Eleitores do Grande Recife têm insegurança como maior problema, aponta IPMN/JC » IPMN/JC: Eleitores do Grande Recife querem escutar verdade e boas propostas dos candidatos » Mais de 12% de eleitores do Grande Recife já venderam voto, diz IPMN/JC Dos entrevistados, há ainda 15,1% que não sabem o que fariam contra os acusados de corrupção; 12,8% que acreditam que a solução é não votar; 5,4% pensando que a solução é mudar de cidade ou de país; e até 1,4% que defendem que o melhor nesses casos é aceitar ou orar pelos políticos.

O cenário causa irritação de 80,5% da população com os eleitos.

Muitos entrevistados atribuem à corrupção a descrença no sistema: 81,4% afirmaram não acreditar nas promessas de campanha dos candidatos e, desses, 62% atribuem essa desconfiança aos crimes cometidos por políticos.

Mais de 80% disse não gostar de política e 84,2% afirmou sequer ter interesse no assunto.

Números do levantamento A pesquisa foi realizada para traçar a cultura política dos eleitores, cada vez mais perto do pleito.

Foram abordados entre 25 e 26 de julho 816 moradores das cinco cidades mais populosas da Região Metropolitana: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e Cabo de Santo Agostinho.

O nível estimado de confiança é de 95%, com margem de erro de 3,5 pontos percentuais.

Do total de entrevistados, 55,1% eram mulheres e 44,9% homens, sendo 25,4% com idades entre 45 e 59 anos; 23,2% de 25 a 34 anos; e 21% de 35 a 44 anos.

A renda individual de 43,2% é de até um salário mínimo e, de 42,5%, entre um e dois e meio.

Cinquenta e seis por cento têm ensino médio completo ou superior incompleto.

A maioria é casada (47,9%) e de católicos (56,4%).