Ex-aliado do PT, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) voltou a criticar duramente a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) nesta terça-feira (9), dia em que o plenário do Senado vota se a petista vai a julgamento ou não.
Indicando que vai votar pela perda definitiva do mandato de Dilma, Buarque afirmou que o governo Dilma ficou desmoralizado com a corrupção e perdeu o apoio do Congresso e do povo nas ruas.
Para o parlamentar, “responsabilidade com o país exige um governo diferente”.
LEIA TAMBÉM » “Não mudei minha posição”, afirma Armando Monteiro sobre impeachment » Aécio Neves diz que “milhões de brasileiros sofreram por ilegalidades cometidas por Dilma” “Eu disse que votaria pelo Brasil, mesmo que isso significasse um suicídio político e até sentimental.
Hoje eu voto pela aprovação do parecer da Comissão, com base política; nos riscos para o Brasil da volta da presidente Dilma; e no ferimento à Constituição que aconteceu no seu governo”, afirmou à Agência Senado. “Para mim, sempre esteve claro que o retorno da presidente traria de volta, e agravada, a crise construída ao longo dos últimos anos.
Precisamos virar a página do aparelhamento da máquina pública, dos erros da política econômica, das manifestações de marketing, da irresponsabilidade fiscal que ameaça o futuro do Brasil e compromete todas as forças progressistas como coniventes”, disse ainda. » PSDB abre mão dos discursos para abreviar sessão do impeachment » Anastasia: Confio que Senado aprove pronúncia de Dilma, para que ela seja julgada Cristovam Buarque era considerado indeciso em relação ao impeachment.
O senador disse que, nos últimos dois meses, esteve quatro vezes com a presidente afastada, mas que fracassou nas tentativas que para melhorar o diálogo com ela.
O parlamentar ressaltou também que, após analisar o material da Comissão Especial do Impeachment, concluiu que houve descumprimentos à Constituição.
O pedido de impeachment usou como argumento o atraso no repasse de recursos para a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, referentes a despesas com programas sociais do governo e com o Programa de Sustentação de Investimentos (PSI), que é a chamada “pedalada fiscal”.
Além disso, os juristas que escreveram a acusação alegam que houve três decretos envolvendo créditos suplementares assinados pela presidente sem autorização do Congresso Nacional.
Em documento de centenas de páginas, o advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, defendeu que não houve crime de responsabilidade.