Estadão Conteúdo - O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou nesta segunda-feira (8) que os aliados da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT) , vão apresentar 11 questões de ordem para tentar suspender a sessão da Casa desta terça-feira (9) que votará a pronúncia da petista.
Eles também devem pedir ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, a anulação do processo de impeachment de Dilma.
O argumento principal é que não se pode afastar definitivamente Dilma após a divulgação pela revista Veja de que o empresário Marcelo Bahia Odebrecht declarou, em delação premiada à força-tarefa da Operação Lava Jato, ter repassado R$ 10 milhões em dinheiro vivo ao PMDB, a pedido do presidente em exercício, Michel Temer.
LEIA TAMBÉM » Odebrecht diz que repassou R$ 10 mi a pedido de Temer » Líder do PT no Senado acusa Temer de interferir no impeachment de Dilma O líder petista defendeu que ao menos se suspensa a sessão de pronúncia, na qual os senadores vão decidir, por maioria simples, se o processo contra Dilma está pronto para ir a julgamento. “É um contrassenso nós termos uma presidente julgada que poderá perder o seu mandato por ter editado três decretos de suplementação orçamentária e ter praticado o que eles chamam de pedaladas fiscais, enquanto o interino é acusado de propinas e caixa dois em valores tão elevados”, afirmou Costa.
O líder do PT disse que, nas questões de ordem, também vai se pedir mais prazo para que peritos do Senado se pronunciem sobre, por exemplo, a não existência das pedaladas fiscais.
Ele afirmou esperar que Ricardo Lewandowski - que vai presidir a sessão de pronúncia - acolha os pedidos que serão apresentados pelos aliados de Dilma.
Ainda assim, Costa reconheceu que a presidente afastada não tem votos suficientes para impedir a aprovação da sentença de pronúncia, mas disse acreditar ainda na reversão do resultado no julgamento final - quando serão necessários os votos de ao menos 54 dos 81 senadores.
Pelas contas dele, são necessários apenas cinco votos para conquistar os 28 favoráveis à Dilma, o que impediria a condenação dela.