Com número de assaltos em crescimento, a violência deverá ser um dos maiores desafios dos candidatos escolhidos para assumir as prefeituras da Região Metropolitana do Recife a partir do próximo ano. É o que aponta o levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), em parceria com o Jornal do Commercio e com o portal Leia Já, em que 41,9% dos entrevistados responderam que a segurança é o maior problema do seu bairro.
LEIA MAIS: » Mais de 12% de eleitores do Grande Recife já venderam voto, diz IPMN/JC Embora essa não seja uma atribuição definida pela Constituição para os prefeitos, e sim para os governos estaduais, algumas gestões municipais têm construído políticas públicas para tentar ajudar a combater o crescimento dos índices de criminalidade, principalmente com ações mais localizadas.
Programas assim não são, porém, a realidade da maioria das cidades. “Os números mostram, claramente, que o problema da segurança pública é uma agenda, inclusive dos prefeitos e, os candidatos tem que colocar isso em pauta na campanha eleitoral”, afirmou o cientista político Adriano Oliveira ao JC.
Ser prioridade para os moradores do Grande Recife significa, portanto, que a violência deverá ser uma das pautas nos próximos meses.
Porém, a pesquisa IPMN/JC mostra também que propostas e promessas sobre isso não serão o único requisito dos eleitores na hora de definir o voto.
Quando questionados sobre o que gostariam de ouvir dos candidatos a prefeito, ‘segurança’ foi resposta de apenas 5,4% dos entrevistados. 01 - 02 - 03 - 04 - 05 - 07 - 08 - 09 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 18 - 19 - A dois meses das eleições, verdade e boas propostas foram citados pela maioria das pessoas ouvidas - 25,6% e 25,3%, respectivamente.
O cumprimento das promessas de campanha (5,6%) e honestidade dos políticos (3,2%) também fazem parte dos desejos de quem participou do levantamento.
Vinte e sete por cento das pessoas afirmaram que escolhem em quem vão votar de acordo com as propostas deles.
Esse percentual é, entretanto, um pouco menor que o de quem não sabe o motivo: 27,6%.
No caso da disputa proporcional, para vereadores, 29,3% não souberam responder o porquê de votar naquele candidato e 23,2% disseram fazer isso pelas propostas. » IPMN/JC: Eleitores do Grande Recife querem escutar verdade e boas propostas dos candidatos As respostas mostram uma contradição, já que 81,4% afirmaram não acreditar nas promessas de campanha dos candidatos.
Desses, 62% atribuem essa desconfiança à corrupção.
A pesquisa apontou, por outro lado, que 95,1% opinaram que eleitores vendem seus votos e 12,6% admitiram já ter participado dessa prática ilegal.
Quase 89% não confiam nos políticos e 62,9% dizem que todos são iguais.
A maioria dos eleitores afirmou estar pouco nas eleições para prefeito (44,5%) e para vereador (44,6%).
Mesmo assim, 71,2% disseram que pretendem ir às urnas; 63% para votar em algum candidato majoritário e 64,1% em nome proporcional.
Outros problemas do bairro Além da segurança, saúde e saneamento são outras duas reclamações dos eleitores da Região Metropolitana.
Esses temas foram citados respectivamente por 12,7% e 12,6% dos entrevistados na pesquisa.
A quarta principal queixa também envolve a infraestrutura nos bairros e foi sobre buracos nas vias e nas calçadas, resposta de 10,6% das pessoas. 10,6% dos entrevistados reclamaram de buracos nas vias (Foto: Fernando da Hora/JC Imagem) - 10,6% dos entrevistados reclamaram de buracos nas vias (Foto: Fernando da Hora/JC Imagem) Foto: Guga Matos/JC Imagem - Foto: Guga Matos/JC Imagem 12,7% reclamaram da saúde (Foto: Guga Matos/JC Imagem) - 12,7% reclamaram da saúde (Foto: Guga Matos/JC Imagem) Números do levantamento A pesquisa foi realizada para traçar a cultura política dos eleitores, cada vez mais perto do pleito.
Foram abordados entre 25 e 26 de julho 816 moradores das cinco cidades mais populosas da Região Metropolitana: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e Cabo de Santo Agostinho.
O nível estimado de confiança é de 95%, com margem de erro de 3,5 pontos percentuais.
Do total de entrevistados, 55,1% eram mulheres e 44,9% homens, sendo 25,4% com idades entre 45 e 59 anos; 23,2% de 25 a 34 anos; e 21% de 35 a 44 anos.
A renda individual de 43,2% é de até um salário mínimo e, de 42,5%, entre um e dois e meio.
Cinquenta e seis por cento têm ensino médio completo ou superior incompleto.
A maioria é casada (47,9%) e de católicos (56,4%).