O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco apontou na denúncia da Operação Turbulência, divulgada ontem no Blog de Jamildo, que o empresário João Carlos Lyra tem ’elevação patrimonial incompatível com a renda declarada’ entre 2010 e 2013.

A acusação aponta que Lyra era ‘peça fundamental na formação do grupo criminoso e da rede de contatos para a prática dos ilícitos’.

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Embora não apresente vínculos empregatícios e apenas R$ 7,11 tenham sido encontrados em sua conta bancária, João Carlos Lyra é detentor de expressivo patrimônio abrangendo veículos, lanchas e motos aquáticas (jet skis), sendo detectada elevação patrimonial incompatível com a renda declarada por ele nos anos de 2010 a 2013”, registra a denúncia. » Empresário foragido da Operação Turbulência é encontrado morto em motel de Olinda » Carro de empresário encontrado morto será leiloado com outros bens apreendidos pela Operação Turbulência após investigação “Tal fato salta aos olhos especialmente diante da constatação de que a empresa por ele alegada como sua fonte de renda, a JCL Fomento Mercantil LTDA, é uma empresa de fachada, não funcionando no endereço do registro.” Carlos Lyra e outros 17 investigados são suspeitos de envolvimento em crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro oriundo de superfaturamento em obras públicas e pagamento de propinas a agentes políticos e funcionários públicos.

A Procuradoria da República aponta que os acusados montaram estrutura que pode ser dividida em quatro categorias: Líderes (João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira) Gerentes (Arthur Roberto Rosal, Severnia Divanci de Moura, Paulo Gustavo Cruz Sampaio e Paulo César Morato, falecido no dia seguinte à deflagração da Operação Turbulência) Colaboradores (João Victor Sobral, Carlos Roberto de Macedo, Gilberto Pereira da Silva, Pedro Neves Vasconcelos, Carolina Vasconcelos e Sérgio André Mariz) Subordinados (Bruno Alexandre Moutinho, Carolina Gomes da Silva, Cledeilson Nogueira, Neusa Maria de Sousa, Silvânia Cristina Dantas e Vlamir Nogueira de Souza) Relatório da Polícia Federal na Operação Turbulência apontou que ‘só as contas da Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem foram beneficiárias de R$ 2.175.000,00 no período de setembro de 2010 a maio de 2011, decorrentes do esquema criminoso’. » Relatório do MPF e Policia Federal diz que João Carlos Lyra era ‘laranja’ de Eduardo Campos » Delações de Trombeta e Morales denunciaram ‘delivery’ de dinheiro de João Carlos Lyra, no Recife » Um ano antes de ser preso pela PF, Carlos Lyra Filho já era investigado pela PF, após delação de Paulo Roberto Costa e Youssef “O próprio João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho recebeu quase R$ 2,850 milhões em seu próprio nome, ao passo que Eduardo Freire Bezerra Leite foi beneficiário de R$ 1,360 milhão, se considerarmos as pessoas jurídicas a ele atreladas (Camboa Cerâmica Ltda. e Cidell Cred Factory Ltda. - atualmente denominada MM Administradora e Gestora de Bens Ltda.). » Confira a lista com os 20 nomes indiciados pela PF » MPF diz que Eduardo Campos era ‘cliente’ de esquema operado por denunciados » Morato tinha função de movimentar dinheiro de esquema da Operação Turbulência, aponta MPF Também chama atenção a quantidade de favorecidas relacionadas a postos de combustíveis, uma vez que o Sr.

João Carlos Lyra não é, nem nunca foi, sócio de qualquer empresa que atuasse no ramo.

Assim, e tendo em vista as declarações dos colaboradores no sentido de que ele se dizia proprietário de postos de gasolina, é bem provável que ele o seja, porém de forma oculta.” Defesa Por meio de sua Assessoria de Imprensa, o advogado Maurício Silva Leite, que defende o empresário João Carlos Lyra, declarou que ainda não teve acesso à denúncia do Ministério Público Federal de Pernambuco e “só depois que receber a notificação é que apresentará a defesa do acusado. » Empréstimo de Eduardo Ventola para Alagoas liga Lava Jato a esquema em Pernambuco » Eduardo Ventola era beneficiário das contas da firma fantasma Geovani Pescados, que comprou avião de Eduardo Campos