O senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho (PSB), único do Estado na Comissão Especial do Impeachment, foi um dos 14 parlamentares que votaram a favor do relatório de Antônio Anastasia (PSDB-MG) pelo julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).

Ex-ministro da Integração Nacional no primeiro governo da petista, pasta que cuida de obras como a Transposição do Rio São Francisco, o socialista já tinha votado contra Dilma em plenário e na comissão na fase em que se discutia a admissibilidade do impedimento. “Meu voto é um voto de esperança”, alegou. “É um voto de esperança na reconstrução do Brasil, no estabelecimento não da radicalização política, que nega os nossos melhores valores, mas é uma aposta na celebração da concórdia política, do diálogo político”, acrescentou. “De humildemente reconhecer erros cometidos nos últimos anos não só pela presidente da República, mas pelo sistema político como um todo.” Fernando Bezerra Coelho ainda relembrou o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, atualmente senador pelo PTC. “Ontem, como hoje, muitos também se levantam para saber se não é um excesso”, afirmou.

O socialista ressaltou que o País voltou a enfrentar “crises sucessivas e conjuntas”. “Haverá de levar o Brasil ao fortalecimento das suas instituições, mesmo que no enfrentamento dessas crises haja alguns exageros, alguns direitos individuais venham sendo feridos”, reconheceu.

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Se metade dos 81 parlamentares aprovar o relatório, haverá o julgamento final.

O agendamento desse procedimento cabe ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.

O ministro divulgou nota no último fim de semana informando que a primeira data possível para o início do julgamento seria em 29 de agosto.

Entretanto, houve movimentações para que essa data fosse antecipada.

O próprio presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se posicionou para adiantá-lo para 26 de agosto.

O julgamento deve durar, pelo menos, uma semana.

Tanto defesa quanto acusação poderão indicar testemunhas a serem interrogadas pelo conjunto de senadores no plenário.

A quantidade de depoimentos ainda não foi definida, mas Lewandowski demonstrou que deve seguir os moldes do Tribunal do Júri, com cinco testemunhas para a defesa e outras cinco para acusação. » Veja galeria de fotos da sessão da comissão do impeachment para votar o relatório: Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil - Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil - Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil - Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil - Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil - Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil - Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil - Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil