Foto: Agência Brasil O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco (PE) ofereceu denúncia contra 18 integrantes de organização criminosa suspeita de envolvimento em crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro oriundo de superfaturamento em obras públicas e pagamento de propinas a agentes políticos e funcionários públicos.

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As investigações levaram à deflagração da Operação Turbulência, em 22 de junho. » Empresário foragido da Operação Turbulência é encontrado morto em motel de Olinda » Carro de empresário encontrado morto será leiloado com outros bens apreendidos pela Operação Turbulência após investigação De acordo com as apurações, o grupo criminoso atuava desde 2010, mediante o controle de movimentações financeiras fraudulentas entre pessoas físicas e jurídicas, envolvendo empresas de fachada e caixa paralelo de empresas em atividade, de maneira eventual – por meio de empresas coligadas à organização - e continuada – no caso de empresas gerenciadas pelos membros da organização. » Relatório do MPF e Policia Federal diz que João Carlos Lyra era ‘laranja’ de Eduardo Campos » Delações de Trombeta e Morales denunciaram ‘delivery’ de dinheiro de João Carlos Lyra, no Recife » Um ano antes de ser preso pela PF, Carlos Lyra Filho já era investigado pela PF, após delação de Paulo Roberto Costa e Youssef Os acusados de integrar a organização montaram estrutura que pode ser divida em quatro categorias: Líderes (João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira) Gerentes (Arthur Roberto Rosal, Severnia Divanci de Moura, Paulo Gustavo Cruz Sampaio e Paulo César Morato, falecido no dia seguinte à deflagração da Operação Turbulência) Colaboradores (João Victor Sobral, Carlos Roberto de Macedo, Gilberto Pereira da Silva, Pedro Neves Vasconcelos, Carolina Vasconcelos e Sérgio André Mariz) Subordinados (Bruno Alexandre Moutinho, Carolina Gomes da Silva, Cledeilson Nogueira, Neusa Maria de Sousa, Silvânia Cristina Dantas e Vlamir Nogueira de Souza) » Confira a lista com os 20 nomes indiciados pela PF Nesta lista, foi excluído o nome da esposa de Apolo Santana Vieira, Diana Margarida Ferry Vieira, que estava na lista de 20 nomes indiciados pela PF na investigação.

Outro que está na lista, mas não pode ser denunciado é Paulo Morato, já que ele faleceu.

Os líderes direcionavam as transações bancárias ilícitas com auxílio dos gerentes, utilizando as contas bancárias dos colaboradores e operacionalizando a gestão e a circulação dos recursos ilícitos por meio dos subordinados.

A ligação entre os líderes ficou evidente desde o início das investigações, pois os três tiveram participação no arrendamento da aeronave Cessna Citation PR-AFA. » Empréstimo de Eduardo Ventola para Alagoas liga Lava Jato a esquema em Pernambuco » Eduardo Ventola era beneficiário das contas da firma fantasma Geovani Pescados, que comprou avião de Eduardo Campos Para o MPF, embora nem todos os denunciados soubessem do funcionamento total do esquema criminoso, todos tinham consciência e manifestaram vontade de participar da empreitada ilícita, assumindo os riscos pelo envolvimento na fraude.

A pena para o crime de formação de organização criminosa pode chegar a oito anos de reclusão.

O MPF requereu ainda a instauração de novo inquérito policial para aprofundar as investigações a respeito dos crimes de lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro nacional praticados pela organização criminosa, uma vez que ainda estão pendentes algumas diligências investigatórias para o esclarecimento total a respeito desses crimes.