O ex-executivo da Queiroz Galvão Othon Zanoide, preso nessa terça-feira (2) na Operação Resta Um, a 33ª fase da Lava Jato, negociou propina “disfarçada” de doação com o doleiro Alberto Youssef para o PP e o PMDB.

A informação, da Polícia Federal, foi divulgada nesta quarta-feira (3) pelo blogueiro Fernando Rodrigues, do UOL, portal parceiro do NE10.

O jornalista publicou um email enviado no dia 23 de setembro de 2010, às vésperas da eleição daquele ano.

Chamando Youssef de “Primo” e enviando para um email usado pelo doleiro para operações ilícitas, segundo a PF, o ex-executivo envia uma lista de recibos faltantes.

Entre os nomes, o PP de Pernambuco, ao lado do valor de R$ 100 mil); o suplente de deputado federal Roberto Teixeira (PP-PE), com R$ 250 mil; e o da filha do ex-deputado federal pernambucano Pedro Corrêa, Aline Corrêa, eleita pelo partido em São Paulo, com R$ 250 mil.

Além desses nomes, estão o Diretório Nacional do PP (R$ 2.040.000); o PP da Bahia (R$ 500 mil); o PMDB de Rondônia (R$ 300 mil); e o deputado federal Nelson Meurer, do PP do Paraná (R$ 500 mil).

Youssef enviou a um funcionário da Queiroz Galvão os endereços de Roberto Teixeira em Pernambuco e de Meurer no Paraná.

Depois, Zanoide envia ao email do doleiro uma conta do Banco do Brasil identificada como do Diretório Nacional do PP.

A Polícia Federal cumpriu nessa terça 32 ordens judiciais, entre elas 23 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de condução coercitiva.

Dois mandados foram em Pernambuco.

O alvo da Resta Um foi a participação da Queiroz Galvão no chamado “cartel das empreiteiras”, grupo de empresas que se organizaram com o objetivo de executar obras contratadas pela Petrobras.

A Refinaria Abreu e Lima está entre as obras investigadas.