Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula Durante entrevista concedida à Rádio O Povo CBN de Fortaleza, na manhã desta terça-feira (2), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não tem a intenção de se candidatar à Presidência da República em 2018, contanto que não haja mudanças nos direitos trabalhistas. “Não sou candidato.
Peço a Deus que apareça alguém mais jovem do que eu, mas se mexerem nos direitos do trabalhadores, eu volto”, disse.
Sobre a decisão de protocolar uma petição ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), na qual denuncia suposto “abuso de poder” do juiz Sérgio Moro e dos procuradores da Operação Lava Jato, Lula disse que quer “ser tratado com igualdade de condições”.
LEIA MAIS: » Datafolha: Lula lidera intenções de voto em 2018, mas não venceria no segundo turno » Em Pernambuco, Lula diz que “para não ser candidato em 2018, é só o Brasil dar certo” “Vivemos um estado de exceção, levantam a denúncia na esperança de que as manchetes condenem. É necessário primeiro achincalhar para depois provar? É possível fazer uma investigação séria sem condenar pelas manchetes?
Sou acusado de ter apartamento, sítio e eles têm que provar que tenho.
Estou reivindicando direito de defesa, que o MP não vaze seletivamente, por isso entrei com ação da ONU.
Porque quero respeito.
Quero ser tratado com igualdade de condições”. » ‘Lula será candidato em 2018’, afirma Dilma a publicação francesa » Pesquisa aponta Lula como favorito à eleição presidencial de 2018 » Lula é o favorito em 2018, aponta pesquisa CNT.
Em quem você votaria?
INVESTIGAÇÕES O petista ainda defendeu a Operação Lava Jato durante a entrevista. “Junto com Dilma, fui o presidente que mais criou mecanismos para facilitar investigações.
A Lava Jato é importante.
Criamos mecanismos para que ricos vão para a cadeia.
Rico não precisa de governo, quem precisa é o povo pobre. É para eles que a gente tem que governar.
Na história da humanidade, todo mundo que governou olhando para os mais pobres, foi perseguido”. » “Eles que rezem para que eu não precise voltar”, ameaça Lula na Bahia » “Quanto mais eles me provocarem, mais eu corro o risco de ser candidato em 2018”, diz Lula » Em Pernambuco, Humberto Costa acusa Temer de não ter “condição moral” de ser presidente Na última sexta-feira (29), o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público e transformou Lula em réu acusado de tentar obstruir a Justiça comprando o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores do esquema de corrupção que atuava na estatal. É a primeira vez que Lula vira réu na Lava Jato.
Por meio de nota, os advogados do ex-presidente da República afirmaram que ele já esclareceu, em depoimento à Procuradoria Geral da República (PGR), que “jamais interferiu ou tentou interferir em depoimentos relativos à Lava Jato”.
IMPEACHMENT O ex-presidente falou também sobre o processo de impeachment contra a presidente afastada, Dilma Rousseff, e voltou a afirmar que a petista precisa de seis votos para não ser cassada. “Nós, que lutamos tanto contra o regime militar, não podemos aceitar as pessoas jogarem a Constituição no lixo.
Como é que vai se explicar ao mundo tirar uma presidenta que não cometeu nenhum crime?” questionou Lula e completou que a democracia brasileira ainda “é muito jovem”. » Veja os próximos passos do processo de impeachment contra Dilma Rousseff » Leitura de parecer de Anastasia sobre impeachment de Dilma será dia 2 de agosto Como Dilma, o ex-presidente também defendeu que o processo de impeachment é um “golpe” e criticou a gestão interina de Michel Temer. “A gente nem apagou os resquícios do golpe militar e vem um golpe parlamentar.
Dilma deve ser julgada pelo povo, não pelo Congresso.
Você não pode julgar uma pessoa eleita para quatro anos por um ano de governo.
Interinidade é assumir o lugar do titular por um determinado tempo.
Temer age como se fosse efetivo”, ressaltou.