O presidente do Instituto Miguel Arraes (IMA), Antônio Campos, divulgou, nesta terça-feira, que o MPF acatou pedido para investigar a operação Condor.

A Operação Condor foi uma aliança político-militar existente nas décadas de 1970 e 1980, formada por vários regimes militares da América do Sul, com o objetivo de coordenar a repressão e eliminar líderes políticos opositores a essas ditaduras.

O IMA e o advogado ajuizaram no dia 12 de julho, em Brasília, representação perante a Procuradoria Geral da República solicitando que, aquele órgão, investigue e ajuize as medidas judiciais cabíveis no intuito de punir os sobreviventes e participantes da Operação Condor no Brasil, responsáveis por vitimar diversas lideranças políticas.

No dia 28 de julho, a Subprocuradora-Geral da República, Luiza Cristina Fonseca, coordenadora da 2º CCR, decidiu. “A representação traz vasto conteúdo sobre os contornos da Operação Condor…determino a remessa deste procedimento ao Procurador da República Antônio do Passo Cabral, coordenador da referida equipe brasileira, para adoção das providências que entender cabíveis.” O documento protocolado por Antônio Campos, também candidato a prefeito em Olinda pelo PSB, possui diversos depoimentos, inclusive do seu avô Miguel Arraes, que foi uma das principais testemunhas quanto à Operação Condor na História do Brasil.

A existência da Operação Condor no Brasil foi confirmada pela Comissão Nacional da Verdade, mas não há punidos no caso, no Brasil.

Diversos países, a exemplo da Argentina e do Chile, já determinaram a prisão de envolvidos na Operação Condor.

A Argentina prendeu seu ex-ditador, Jorge Rafael Videla, acusado de ter praticado os crimes de formação de quadrilha, privação ilegal de liberdade e tortura.

Já a Justiça Chilena ordenou a prisão de 129 ex-militares e policiais considerados participantes da Operação Condor, sob a acusação de terem planejado sequestros qualificados e uma série de ataques a políticos, à época da ditadura do General Augusto Pinochet. “Tendo em vista que o Ministério Público e o Poder Judiciário têm sido os protagonistas da verdadeira reforma política em trâmite no país, episódios como a Operação Condor têm que ser investigados e punidos, afinal, somente através do esclarecimento dos verdadeiros fatos ocorridos no período ditatorial e dos indivíduos os quais ordenaram sua execução e/ou propriamente os efetivaram, será possível termos uma verdadeira democracia no Brasil.

A corrupção fere a democracia, mas a impunidade dos crimes da Ditadura também.

Temos de passar o Brasil a limpo por inteiro”, disse o presidente do Conselho Deliberativo do IMA, Antônio Campos.