Agência Brasil e Estadão Conteúdo - O deputado afastado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), devolveu nesta segunda-feira (1°) as chaves da residência oficial da presidência da Casa.
Cunha renunciou ao cargo no dia 7 de julho e tinha até o próximo dia 6 para deixar o imóvel.
Réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em duas ações no âmbito da Operação Lava Jato, o peemedebista agora terá ministros da Corte como vizinhos em sua nova morada em Brasília.
Segundo o setor de habitação da Câmara, o parlamentar já se mudou para um apartamento funcional no fim da Asa Sul, em uma quadra onde moram alguns ministros do Supremo.
O imóvel é o único apartamento funcional da Câmara na quadra.
Conforme o setor de Habitação da Casa, o local estava desocupado há cerca de um ano.
O apartamento é antigo e passou por pequenas reformas para receber Cunha: foi pintado, teve os tacos do piso consertados e o tampo de uma mesa, trocado.
LEIA TAMBÉM » Eduardo Cunha faz churrasco de confraternização na residência oficial » Cunha prepara mandado de segurança para atrasar cassação » Jean Wyllys interpreta que STF foi ‘conivente’ com Eduardo Cunha por interesse no impeachment de Dilma O apartamento é mais de quatro vezes menor do que a residência oficial da presidência da Câmara.
A nova moradia de Cunha tem cerca de 180 metros quadrados, ante 800 metros quadrados da mansão oficial.
De acordo com a Casa, o apartamento tem três quartos, sendo apenas um suíte, mais dependência.
Mesmo afastado do mandato por decisão do STF, a Mesa Diretora autorizou que ele ocupasse um apartamento funcional, para que a residência oficial fosse liberada o quanto antes.
A permanência de Cunha na residência oficial vinha incomodando a cúpula da Câmara.
Sem o espaço, o novo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fazia reuniões em seu gabinete ou apartamentos cedidos pelos colegas.
A residência oficial não serve apenas de moradia do presidente, mas de espaço de encontros políticos e recepções oficiais. » Eduardo Cunha diz que ficará “conhecido por derrubar dois presidentes”, afirma colunista » Dilma chama Eduardo Cunha de ‘infeliz’ e diz que parlamento deve ficar mais republicano Cunha foi afastado da presidência da Câmara e do mandato de deputado pelo STF no início de maio.
Com a renúncia à presidência da Casa, dois meses depois, ele perdeu o direito de usar a residência oficial e regalias como avião da Força Aérea Brasileira e segurança pessoal.
De acordo com as normas da Câmara, benefícios como auxílio-moradia ou apartamento funcional são concedidos a parlamentares em pleno exercício do mandato.
Após ato da Mesa Diretora com a previsão de conceder um apartamento funcional a Cunha, o 1º secretário da Casa, deputado Beto Mansur (PRB-SP), negou que o ex-presidente estivesse sendo privilegiado. “Ele [Cunha] está afastado liminarmente.
Não houve determinação especifica por parte do Supremo no sentido de que maneira ele estaria afastado” justificou. » Cunha pede apartamento novo em Brasília, mas Câmara oferece unidade antiga » Ministro Lewandowski nega pedido de defesa de Eduardo Cunha » ‘O Michel cansou de te esperar’, diz Eduardo Cunha a empreiteiro da Lava Jato