A economista Tânia Bacelar, ligada ao PSB, ex-secretária da Fazenda de governos socialistas, sugeriu, neste sábado, em seminário na Faculdade Guararapes, em Piedade, que Dilma ficou sozinha depois de ter tentado uma política econômica que tentou baixar as taxas de juros no Brasil.
Na sua exposição, Bacelar criticou o rentismo (princípio que visa ao lucro financeiro pela aplicação de capitais). “No Brasil, não se valoriza o que se produz.
Nesta fala, ela disse que Lula teve sorte, ao vender depois de trës derrotas e conseguir engatar seu governo e ser beneficiado pelo preço das commodities internacionais em alta.
Com isto, dinamizou o consumo popular.
Lula fez um experimento com a classe mais baixa, colcou muito, mas depois mudou o cenpário, com os equivocos internos que a gente praticou”, afirmou, de forma enigmática sobre que tipo de erros. “No Brasil, o juro alto é sagrado.
Temos uma economia em que o rentismo é muito importante.
Quando ela (Dilma) fez isto (baixar os juros) e perdeu, sem fazer política, ela ficou sozinha”, comentou. “No Brasil, para se legitimar na política, tem que perder na economia”, arrematou, depois de citar que os juros são sempre perservados no Brasil, não são objeto de discussão. “Foram R$ 248 milhões em 2013, R$ 311 bilhões em 2014 e R$ 500 bilhões em 2015”, comparou.
E Temer? “Temos um governo rendido aos rentistas”, disse. “Não temos projeto de futuro”, afirmou ao final, depois de também ter dito que os credores ditam as taxas de juros.
A economista também reclamou que não temos poupança pública. “O setor público faliu.
Hoje não temos poupança púbçoca, temos dívida pública” Ela criticou o plano de estradas, que vai até a Bahia e que mantém o Brasil desigual, mas não relacionou com o governo afastado ou com os 13 anos do PT.
Em outra crítica dissimulada, disse ver risco de desnacionalização das empresas, com votações em regime de urgência, em um país sem projeto. “Vamos entregar às multinacionais?” Tânia Bacelar reclamou ainda que o setor de engenharia no Brasil, que constituiriam as nossas multinacionais, foram fortemente atingidas pela Lava Jato e podem perder espaço nos investimentos em infra-estrutura. “A China está em expansão.
Vão tomar conta da construção.
Já estão na Bahia, onde foram chamados para a estrada FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), que estava parada.
Há ainda uma tendência de reconcentração da indústria de óleo e gás no Sul e Sudeste”.
Sobre política, a economista disse que a instabilidade política vai continuar, seja Dilma ou Temer. “A crise só se resolve com política (entendimento) e quer se parar com a política”, frisou.