A venda que a Petrobras anunciou nesta sexta-feira (29) de sua participação em um bloco do pré-sal na Bacia de Santos para a norueguesa Statoil foi duramente criticada pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).

O parlamentar, que se apresenta como “defensor de medidas que valorizam o patrimônio nacional conquistado pela maior empresa do país”, questionou a comercialização da área conhecida como Carcará, a 200 km do litoral de São Paulo. “A nova diretoria que assumiu o controle da estatal, por indicação do presidente interino Michel Temer, está aproveitando o mau momento vivido pela companhia – que é passageiro – para buscar o lucro rápido e fácil.

Temos de pensar que a Petrobras irá se recuperar em breve e retomará os seus negócios para o bem de todos os brasileiros.

Estamos pegando o que há de mais valioso para nós e entregando nas mãos dos estrangeiros”, afirma o senador.

Ele acredita que a negociação fechada por US$ 2,5 bilhões, aprovada pelo Conselho de Administração da estatal, é “entreguista” porque abre o pré-sal, “uma das maiores riquezas naturais do país descoberta pela Petrobras”, para exploração de instituições do exterior. “A Petrobras atingiu, em maio, a marca de 1 milhão de barris de petróleo em campos do pré-sal.

Foi a primeira vez que chegamos a esse volume recorde de produção em águas ultra-profundas.

O pré-sal já representa 40% de toda a produção no país.

Não podemos simplesmente ficar dilapidando esse patrimônio agora, depois de tanto esforço humano e tecnológico”, disse. “De acordo com a Petrobras, a primeira parcela, correspondente a 50% do valor total (US$ 1,25 bilhão), será paga no fechamento da operação.

O restante do valor será pago através de parcelas contingentes relacionadas a eventos subsequentes.

Atualmente, a área comercializada é operada pela Petrobras (66%) em parceria com a portuguesa Petrogal S.A. (14%), Queiroz Galvão Exploração e Produção S.A (10%) e Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás LTDA (10%).

Neste bloco, ocorreu uma descoberta no prospecto exploratório, denominado Carcará”. “Como se não bastasse vender o pré-sal, o governo golpista de Temer também quer alterar a regra em vigor, aprovada ainda no Governo Dilma, que autoriza que a Petrobras seja obrigatoriamente a empresa operadora com 30% de qualquer bloco contratado dentro do regime de partilha do pré-sal”.

O senador lembra que o operador é o responsável pela condução de todas as atividades operacionais relacionadas à exploração e à produção de petróleo e gás. “Não deixaremos que eles entreguem nossas riquezas de mão beijada aos estrangeiros”, reitera.