Da ABr - A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu nesta sexta-feira (29) laudo no qual a Polícia Federal (PF) afirma que as reformas feitas no Sítio Santa Barbara, em Atibaia (SP), foram orientadas por ele e pela ex-primeira dama Marisa Letícia.
Segundos os advogados, Lula não praticou nenhum ato ilícito “antes, durante ou após o seu mandato” e não teme nenhuma investigação.
LEIA MAIS: » Juízes repudiam denuncia de Lula contra moro na ONU » Lula volta ao Nordeste para apoiar candidatos a prefeito Em nota à imprensa, os advogados reafirmam que Lula não é dono do imóvel e que o sítio foi comprado pelo empresário Fernando Bittar, com recursos de seu pai, Jacó Bittar. “Se a propriedade é de um terceiro, nada do que se disser muda essa situação.
Lança-se mão, assim, mais uma vez, de subterfúgios de diferentes naturezas e formas com a finalidade de, misturando fatos que não se comunicam, criar versões manifestamente incorretas com a finalidade central de inventar um ilícito para ser atribuído a Lula”, argumenta a defesa. » ‘Lula será candidato em 2018’, afirma Dilma a publicação francesa » Lava Jato pede a Moro que cobre de Lula explicações sobre presentes » Em Pernambuco, Lula diz que “para não ser candidato em 2018, é só o País dar certo” ONU Os advogados ainda criticaram a divulgação do laudo no mesmo dia em que eles enviaram uma petição ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmando que o ex-presidente é vítima de violação de direitos humanos em razão das ações da Operação Lava Jato. » Presidente do STF manda que grampos de Lula fiquem nas mãos de Moro » Lula entra com recurso na ONU contra ‘abuso de poder’ do juiz Sérgio Moro O relatório foi anexado ontem (28) ao processo que está sob a relatoria do juiz federal Sérgio Moro, na 13ª Vara Federal em Curitiba, e apura a suspeita de que as obras no sítio tenham sido pagas pela construtora OAS, que é investigada na operação.
A ação não está em segredo de Justiça. “E não deixa de causar estranheza que o referido laudo policial – em procedimento conduzido pelo juiz Sergio Moro – tenha vindo a público exatamente no mesmo dia em que os advogados do ex-presidente protocolaram perante a Comissão de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, uma reclamação por graves violações ao Pacto de Direitos Civis e Políticos, cometidas pelo citado magistrado. [Isso] não deixa de configurar ato reprovável de retaliação por parte de agentes do Estado”, diz a nota.
Reformas Segundo o laudo, as reformas começaram após a compra da propriedade pelos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, quando “foram elaborados os primeiros desenhos arquitetônicos para acomodar as necessidades da família do ex-presidente”.
De acordo com a PF, a execução das obras foi coordenada por um arquiteto da OAS, “com conhecimento do presidente da OAS, Léo Pinheiro”. » Pesquisa aponta Lula como favorito à eleição presidencial de 2018 » Lula é o favorito em 2018, aponta pesquisa CNT.
Em quem você votaria? » Lula volta a criticar Moro e procuradores da Lava Jato em discurso no Recife No laudo, os peritos citam as obras que foram executadas, entre as quais, a de uma cozinha avaliada em R$ 252 mil.
A estimativa é que tenham sido gastos R$ 1,7 milhão, somando a compra do sítio (R$ 1,1 milhão) e a reforma (R$ 544,8 mil). “Os peritos apontam para evidências substanciais de que a Cozinha Gourmet foi reformada e instalada entre o período aproximado de março a junho de 2014, tendo sido acompanhada por arquiteto da OAS, sob comando de Léo Pinheiro [ex-presidente da empreiteira] e, segundo consta nas comunicações do arquiteto da Construtora, com orientação do ex-presidente Lula e sua esposa”, informa trecho do laudo.