Foto: Reprodução A Polícia Federal (PF) indiciou 20 investigados na Operação Turbulência.
De acordo com o jornal Correio Braziliense, um deles é indicado como operador de propinas para o senador Fernando Bezerra (PSB-PE) e para o falecido ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB).
A Justiça Federal em Pernambuco confirmou o indiciamento e afirmou ao Blog de Jamildo que ainda não recebeu a documentação, mas que deve receber em breve.
Os nomes dos indiciados são mantidos em sigilo.
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Ao Blog, a Procuradoria da República em Pernambuco afirmou que está analisando as informações repassadas pela Polícia Federal e que o Ministério Público Federal (MPF) deve se manifestar sobre o caso nos próximos dias.
Entre os indiciados pela PF estão os empresários João Carlos Lyra Mello Filho, Eduardo Freire e Apolo Santana Vieira, já presos no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), na Região Metropolitana do Recife.
Os três foram acusados pela polícia por organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. » Relatório do MPF e Policia Federal diz que João Carlos Lyra era ‘laranja’ de Eduardo Campos » Alvo da Operação Turbulência, comprador de avião de Eduardo Campos caiu em contradição ao depor em inquérito da Lava Jato » Pescador que “comprou” avião de Eduardo Campos disse às autoridades que foi enganado A investigação aponta que eles podem ser os compradores do avião Cessna usado por Eduardo Campos durante a campanha à Presidência da República, em 2014.
O socialista e mais seis pessoas, entre assessores e os dois pilotos da aeronave, morreram na queda do jatinho, em agosto daquele ano, em Santos, no litoral de São Paulo.
Segundo a delegada Andréa Pinho Albuquerque, eles eram “os principais integrantes” do esquema de arrecadação de recursos de lavagem de dinheiro.
A investigação aponta que o dono do jatinho captava propinas para beneficiar ex-governador de Pernambuco, morto em agosto de 2014. » Empresa de terraplenagem na Refinaria Abreu e Lima é o elo entre esquemas da Lava Jato e Operação Turbulência » Delações de Trombeta e Morales denunciaram ‘delivery’ de dinheiro de João Carlos Lyra, no Recife » Operação Turbulência: em um mês, quatro empresários presos, um morto e muitas dúvidas O senador Fernando Bezerra Coelho também responde a inquérito sobre fatos semelhantes, mas no Supremo Tribunal Federal (STF), já que tem foro privilegiado por ser parlamentar.
Em nota, o socialista afirma que “não é investigado na Operação Turbulência e ratifica o que afirmou no último mês de junho: que não foi coordenador de nenhuma campanha de Eduardo Campos.” » Empréstimo de Eduardo Ventola para Alagoas liga Lava Jato a esquema em Pernambuco » Ministério Público destaca promotora para acompanhar inquérito da morte de Paulo Morato » Defesa pede liberdade para Apolo Santana Vieira e sugere prisão domiciliar em substituição a presídio Desfecho da Operação Turbulência deve coincidir com eleições No dia 29 de junho, em entrevista a Marcela Balbino e Mariana Araujo, a Procuradoria da República em Pernambuco informou ao JC que a expectativa do encerramento das investigações da Operação Turbulência e o ajuizamento da ação penal estava previsto para ocorrer antes do fim do ano e a instituição não descartava que esse desfecho coincidisse com o calendário das eleições municipais, marcadas para outubro.
O procurador da República Cláudio Henrique Dias afirmou que tão logo fossem coletadas provas suficientes da suposta prática criminosa, o MPF ajuizararia ação penal. “Apesar da imprevisibilidade do tempo de investigação, que depende de vários fatores, o MPF espera que a ação penal seja ajuizada ainda este ano, na maior brevidade possível”, disse.
Ele afirmou que não via necessidade da convocação de uma força-tarefa para atuar no caso.
Apesar da forte repercussão da Turbulência, por envolver o PSB, partido que comanda o governo estadual e a Prefeitura do Recife, o procurador afirmou que não ter recebido até o momento “pedido de colaboração premiada por parte dos envolvidos na operação”.