Foto: Tânia Rêgo Agência Brasil Um relatório encaminhado pela força-tarefa da Operação Lava-Jato, nessa segunda-feira (25), ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, inclui o nome do empresário pernambucano Humberto do Amaral Carrilho.

Em um depoimento para a Polícia Federal em Curitiba, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras confirmou ter firmado contratos falsos em 2013 para receber propina da Distribuidora Equador, que era fornecedora da Petrobras.

A empresa era administrada por Humberto Carrilho, que administrava também as empresas Equador Log e Dislub Equador/Venbras Marítima.

LEIA MAIS: » Nova fase da Lava Jato investiga ex-assessor do PP » Empresário pernambucano foragido da Operação Lava Jato se entrega à Polícia Federal Segundo o MPF, Costa afirmou que recebeu propina da empresa até fevereiro de 2014, num total de R$ 1,398 milhão, por meio de sua empresa, a Costa Global.

O MPF afirma que as empresas administradas por Carrilho não conseguiram comprovar serviços prestados por Costa.

Considerado fugitivo da Operação Repescagem da Lava Jato, Humberto do Amaral Carrilho chegou a ser preso em maio passado e depois de depoimento, foi liberado pelo juiz Sérgio Moro.

O empresário era considerado foragido e se entregou à PF.

No dia em que a ação foi deflagrada, a defesa de Carrilho informou que ele estava na Europa e já havia providenciado retorno ao Brasil para se entregar à PF.

De acordo com publicação do Jornal O Globo, o MPF havia pedido prisão temporária de Carrilho, que foi substituída pelo juiz Sérgio Moro por medidas cautelares.

A defesa de Carrilho pediu a revogação das cautelares, uma vez que o empresário ainda não foi indiciado ou denunciado na Lava Jato.

Chamado a se manifestar sobre o pedido, o MPF solicitou que sejam mantidas as cautelares e informou que as investigações estão avançadas. » Paulo Roberto Costa citou nome de empresário pernambucano em depoimento à Polícia Federal em Curitiba O relatório faz paste da investigação que pretende descobrir se João Claudio Genu, ex-tesoureiro do PP e ex-assessor do deputado José Janene (PP-PR), falecido em 2010, enviou dinheiro de propina para contas no exterior.

As informações são do O Globo.

Segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), entre 2007 e 2012, Genu aceitou propina de R$ 357.945.680,52, valor que correspondia a 1% dos contratos celebrados entre a Diretoria de Abastecimento da Petrobras e as empreiteiras Engevix, Galvão Engenharia, Camargo Corrêa, UTC Engenharia, Mendes Júnior e OAS. » Polícia Federal deflagra nova fase da Lava Jato em Pernambuco Para o MPF, Genu utilizou um operador para enviar dinheiro para o exterior e há indícios de que tenha forjado um contrato falso para fazer as remessas.

Ele é réu na Lava Jato e responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

DEPOIMENTO Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Em novembro de 2014 Paulo Roberto Costa explicou como funcionava a cartelização da Petrobras e como eram pagas propinas de 3% pelas empreiteiras por contratos na estatal, para uso político.

Segundo ele, 2% era para o PT e era recebido por João Vacari Neto, preso em Curitiba.

Os outros 1% iam para o PP, Partido Progressista, que eram recebidos por José Janene até 2008 e que Alberto Youssef assumiu a função, quando ele adoeceu.

Paulo Roberto Costa informou que saiu da Petrobras em abril de 2012 e em agosto já havia aberto uma consultoria, de nome Costa Global, na área de Petróleo, gás natural e Biocombustível.

Com a filha Arianna e mais secretaria e motorista. » Michel Temer diz a procuradores que não barrará Lava Jato » Temer financiou candidaturas com doações de empresas da Lava Jato » Empresas da Lava Jato doaram a 12 ministros de Temer No depoimento à PF, ele relata uma série de contatos que seriam simulados, com Queiroz Galvão (R$ 800 mil), Camargo Correia (R$ 3 milhões).

Com a Camago Correia, ele assinou outro contrato, em setembro de 2012, para receber R$ 6 milhões em um ano.

Depoimento de Paulo Roberto na PF sobre contratos simulados de Jamildo Melo No depoimento, Paulo Roberto Costa é solicitado a dizer com quem tratava, nas empresas, sobre os contratos simulados e os pagamentos.

Neste momento é que Paulo Roberto Costa cita Humberto do Amaral Carrilho, apresentado como dono da empresa Distribuidora Equador, bem como Equador Log, Dislub e Venbras Marítima. » Polícia Federal deflagra nova fase da Lava Jato em Pernambuco e mais dois Estados » Em diálogos gravados, Jucá fala em pacto para deter avanço da Lava Jato No entanto, o ex-diretor da Petrobras frisa que, no caso do empresário pernambucano, não há relação com as empreireiras nacionais.

Não há participação de Alberto Youssef.

Paulo Roberto Costa revela que conheceu Humberto Carrilho em 2008 e 2009 e que ele apresentou um projeto para a construção de um terminal de derivados no Rio Amazonas, já que a estatal usava por lá um navio, tancagem flutuante.

Paulo Roberto conta que encaminhou o projeto para a área técnica da estatal e disse que não houve desvio de conduta nesta fase da análise.

O empresário pernambucano construiu o terminal e acabou sendo contratado pela estatal sem licitação, sob a alegação de exclusividade.