Pernambuco é o centro das investigações sobre a Operação Turbulência, deflagrada pela Polícia Federal há exatamente um mês para desarticular um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro.
A apuração iniciada a partir do questionamento sobre a compra do jatinho em que o ex-governador Eduardo Campos (PSB) morreu, vítima de acidente aéreo há dois anos, chegou ao grupo que pode ter movimentado R$ 600 milhões, com parte do montante em recursos ilícitos da Refinaria Abreu e Lima e da Transposição do Rio São Francisco.
LEIA MAIS: » SDS confirma envenenamento de Paulo César Morato » Corpo de Paulo César Morato é enterrado em Barreiros » Operação Turbulência: saiba o que o testa de ferro Paulo César Morato disse à Polícia Federal, em Brasília, antes de morrer Nesses 30 dias, porém, poucas perguntas foram respondidas e o saldo das investigações é de quatro empresários presos e outro encontrado morto num motel em Olinda, em circunstâncias misteriosas até hoje. » Provas usadas na Operação Turbulência são de inquérito sobre suposta propina na campanha de Eduardo Campos em 2010 Desde o dia em que a operação foi deflagrada, a Polícia Federal tem mantido silêncio sobre a investigação.
Foi divulgado que o esquema tem três líderes entre os presos, mas os nomes deles não são confirmados pela PF.
Provas compartilhadas com a Operação Lava Jato, porém, revelam que os responsáveis eram João Carlos Lyra de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira.
O suposto papel de cada um dentro da organização, no entanto, é uma incógnita. » Empresário morto usou mecânico e seu irmão como laranjas » Câmara e Vasconcelos entrou no radar da PF após Paulo Roberto Costa e Youssef delatarem esquema em Alagoas Os advogados dos três entraram com pedidos de habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 5ª Região e tiveram as solicitações negadas pela Segunda Turma.
Os desembargadores acompanharam o entendimento do Ministério Público Federal (MPF) de que há indícios de que os três comandavam a organização. » Empresário morto controlava três firmas fantasmas.
Empresa de fachada em Goiás irrigava esquema A defesa reclama.
Para Nabor Bulhões, defensor de João Carlos Lyra - e também do empreiteiro Marcelo Odebrecht na Lava Jato -, manter o empresário preso torna as duas operações muito parecidas.
Ademar Rigueira, Pque representa os outros dois, vai além e acusa a Justiça de tentar forçar uma delação premiada através da prisão dos acusados.
Ambos prometeram recorrer da decisão, mas sabem que isso significa que os empresários devem ficar no Cotel por mais tempo, pelo menos um mês, mesmo que a liberdade seja aprovada em instâncias superiores depois do recesso do judiciário. » Um ano antes de ser preso pela PF, Carlos Lyra Filho já era investigado pela PF, após delação de Paulo Roberto Costa e Youssef » Advogado diz que empresas de Apolo Vieira não são fantasma e ataca relatórios da Polícia Federal e MPF » Empresas fantasmas da Operação Turbulência funcionavam em distribuidoras de medicamentos e até central de bebidas Considerado ’laranja’ no esquema, Arthur Lapa Rosal também está no Cotel e não solicitou a liberdade à Justiça ainda.
O último acusado que foi alvo de mandado de prisão preventiva há um mês é Paulo César de Barros Morato, também visto como ’laranja'.
O empresário era o dono da Câmara e Vasconcelos, contratada por R$ 18 milhões para fazer a terraplanagem nas obras do Rio São Francisco. » Advogado diz que acusado na Operação Turbulência é mantido preso para levar a delação » Juiz viu indícios de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha para negar soltura de acusados » Justiça Federal decide manter na prisão mais dois dos cabeças do esquema da Operação Turbulência De acordo com as investigações, há indícios de que a empesa era fantasma.
Um ano antes da deflagração da Turbulência, o nome da empresa já havia entrado no radar da Lava Jato, depois da delação premiada do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Morato foi ouvido. Único foragido, ele foi encontrado morto no dia seguinte à ação em um motel de Olinda.
Até agora, o único resultado divulgado pela Polícia Civil, à frente do caso, é que havia uma substância chamada organofosforado, conhecida popularmente como chumbinho, no corpo do empresário.
Nos primeiros dias após a morte, o secretário-executivo de Defesa Social, Alexandre Lucena, afirmou que a tese de que Morato foi assassinado estava praticamente descartada, mas nada foi divulgado ainda sobre as conclusões das outras perícias. » Alvo da Operação Turbulência, Apolo Vieira teria usado familiares e até irmã em esquema de fraudes » Operação Turbulência acha elo entre esquema local e operador uruguaio condenado na Lava Jato, por prestar serviços a Nestor Cerveró » Acusado de testa de ferro da Operação Turbulência ganhou carro de luxo como “presente de papai” de cabeça do esquema Há uma polêmica sobre o fato de a Polícia Civil estar conduzindo as investigações.
O deputado estadual Edilson Silva (PSOL) chegou a pedir ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicite ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a PF assuma o caso.
O argumento é de que a operação envolve políticos do PSB, partido cujo vice-presidente é o governador Paulo Câmara, que controla a secretaria.
A Polícia Federal mantém uma equipe acompanhando o inquérito presidido pela delegada Gleide Ângelo e afirma que só toma a frente da apuração se for provado que a morte está ligada à Turbulência.
Não há previsão para a conclusão da investigação. » Um ano antes de ser preso pela PF, Carlos Lyra Filho já era investigado pela PF, após delação de Paulo Roberto Costa e Youssef » Advogado diz que empresas de Apolo Vieira não são fantasma e ataca relatórios da Polícia Federal e MPF » Empresas fantasmas da Operação Turbulência funcionavam em distribuidoras de medicamentos e até central de bebidas » PF investiga compra de jatinho que transportava Eduardo Campos em campanha presidencial e esquema milionário de lavagem de dinheiro