A transmissão dos dados de cinco anexos da delação premiada do ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) teve um erro e o conteúdo desses depoimentos acabou sendo deletado.
A falha provocou um atraso no encaminhamento dos documentos para o ministro Teori Zavascki, responsável pela Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), e, com isso, na homologação da fala do ex-parlamentar.
De acordo com o advogado Clóvis Corrêa, primo dele, que o visitou nessa quarta-feira (21), Pedro Corrêa teve que depor novamente, procedimento finalizado na semana passada no Ministério Público Federal (MPF). “Ele teve que ser muito mais minucioso e a culpa não foi dele”, afirmou.
Devido ao sigilo obrigatório para que a delação premiada seja homologada, apenas o ex-deputado sabe do que tratam os depoimentos que tiveram que ser refeitos.
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Textos dizem que o ex-deputado teria apontado que o ex-presidente Lula (PT) articulou esquema na Petrobras e que o petista sabia que o mensalão não era ‘caixa 2’ de eleição.
O pernambucano teria ainda ligado o senador Aécio Neves (PSDB-MG) a esquema na estatal.
Nenhuma dessas informações é confirmada por Corrêa. » Pedro Corrêa: Lula sabia que o mensalão não era ‘caixa 2’ de eleição » Para controlar diabetes, Pedro Corrêa recebe alimentos saudáveis na prisão em Curitiba » Advogados de Lula pedem a Sergio Moro acesso à delação de Pedro Corrêa O primo do ex-parlamentar afirmou que as condições de saúde dele, que está preso no Paraná, são ruins.
Além de hipertensão e diabetes, Corrêa está com um desvio na coluna devido às condições em que está detido. “É uma cama de cimento batido com espuma fina. É preocupante a situação”, reclamou.
Um médico pernambucano vai viajar a Curitiba na próxima semana para examiná-lo.
Se as dores persistirem, os advogados tentarão na Justiça melhorar as condições do ex-deputado.
O objetivo da defesa, porém, é trazê-lo a Pernambuco, mais perto da família, pois os custos para que um parente viaje por semana são altos. “Sempre vai alguém para não deixar ele entrar em depressão”, afirmou Clóvis Corrêa.
Pedro Corrêa tem 69 anos e já havia sido condenado no mensalão antes de ser envolvido também na Operação Lava Jato. » Em delação, Pedro Corrêa diz que Lula articulou esquema na Petrobras, diz revista » Pedro Corrêa cita Lula, FHC e irmã de Aécio em delação premiada » Pedro Corrêa fecha acordo de delação premiada