O presidente Michel Temer (PMDB) e a afastada Dilma Rousseff (PT) voltarão a ficar lado a lado no Recife.

Mas, depois do rompimento da chapa eleita em 2010 e 2014 devido ao processo de impeachment da petista, isso só vai acontecer na Embaixada dos Bonecos Gigantes, que fica no Bairro do Recife, na área central da cidade.

O bonequeiro Leandro Castro quase concluiu a peça; estão faltando apenas o cabelo e a maquiagem para que seja exposta, ao lado de Dilma, provavelmente a partir da próxima semana.

Além de Temer, o artista está trabalhando em obras para retratar Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima, procuradores que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato, e Hillary Clinton e Donald Trump, candidatos à presidência dos Estados Unidos.

Boneco gigante de Temer está quase pronto, mas ainda faltam a maquiagem e os cabelos (Foto: Leandro Castro/Cortesia) A elaboração do boneco gigante de Temer começou uma semana depois do afastamento de Dilma, ainda em maio.

O pedido foi enviado para o gabinete do presidente interino e, com a autorização, veio um questionamento da equipe do peemedebista: se a atual primeira-dama, Marcela Temer, também seria retratada. “O pessoal acha ela muito bonita, não é?”, brincou Leandro Castro, que não pretende ainda criar a boneca.

LEIA TAMBÉM » Bonecos do “Japonês da Federal” e de Sérgio Moro desfilam no Carnaval de Olinda » Para evitar vaias, boneco de Dilma fica mais uma vez fora do desfile em Olinda » STF quer investigação sobre bonecos de Lewandowski e Janot Oito dias foi o tempo que o bonequeiro e a equipe dele levaram para fazer a modelagem de argila e dar forma ao boneco de fibra de vidro - o ideal para deixar um boneco pronto é 40 dias.

O figurino também já foi elaborado pela esposa de artista, a estilista Sineide Castro.

Só os cabelos grisalhos, encomendados nos Estados Unidos, não chegaram e o bonequeiro decidiu deixar os fios brancos, já em estoque. » Lula registra queixa contra jornalistas e inventor do boneco Pixuleco » Fábrica de máscaras aposta na imagem do japonês da Federal A expectativa de Leandro Castro é de fazer os últimos retoques na próxima terça-feira (16) e colocar em exposição junto ao boneco de Dilma.

Estão entre os 320 bonecos da embaixada, os dos ex-presidentes Lula (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), além de Tancredo Neves e Juscelino Kubitschek.

Foram feitos também o juiz Sérgio Moro e o policial Newton Ishii, o ‘Japonês da Federal’, que ficaram conhecidos pela atuação na Lava Jato. “Mas a gente evita politicagem.

A gente mexe com cultura, não com política.

Simplesmente retrata o que a população está vivendo”, defende, apesar disso.

Pessoalmente, o bonequeiro prefere não dar opinião sobre o afastamento da presidente e diz apenas: “Há muitos anos o Brasil não vem em um momento legal, não só na parte econômica” e “O povo tem que ser empreendedor, lutar por educação e saúde.

Não vejo com bons olhos o Estado como tutor da população”. » Veja outros bonecos gigantes feitos por Leandro Castro: Foto: Divulgação - Foto: Divulgação desfile_recife_carnaval_2016_07 - Dilma-1 - carnaval_olinda_2012_032 - Foto: Divulgação - Foto: Divulgação Foto: Divulgação - Foto: Divulgação Entre esses bonecos, 80 são escolhidos para desfilar durante o Carnaval em dois momentos: na Apoteose dos Bonecos Gigantes, que é na segunda-feira, em Olinda, e no desfile no Recife.

Este ano e no ano passado a réplica de Dilma não desfilou, de acordo com o bonequeiro, para evitar vaias.

Ainda não se sabe se Temer vai às ruas em fevereiro do ano que vem. “O pessoal ainda está apreensivo sobre o que vai ser esse governo. É uma interrogação”, diz.

O que se sabe é que pelo menos até a votação do processo de impeachment no plenário do Senado, prevista para o fim de agosto, a petista e o peemedebista estarão na Embaixada como presidentes.

Resta descobrir ainda quem ficará depois. » Com ‘recesso branco’, pedido de cassação de Cunha e impeachment ficam para agosto » Veja os próximos passos do processo de impeachment contra Dilma Rousseff » Lula calcula que precisa convencer seis senadores a votar contra o impeachment para salvar Dilma