O deputado federal Augusto Coutinho (Solidariedade) fez pronunciamento nesta quinta-feira para lembrar uma década do início da Transnordestina. “A obra se arrasta e o que foi feito está em completo estado de abandono”.

O parlamentar, agora, cobra do atual governo Temer um novo direcionamento para a obra.

Em seu discurso, o parlamentar citou a série de reportagens feita pelo Jornal do Commercio, onde denunciou que em um total de 2,1 mil km do que seria a ferrovia percorridos, Só havia pessoas trabalhando em dois pontos. “O descaso com a ferrovia tem trazido sérios prejuízos à economia nordestina e deixa um rastro de desemprego em várias cidades da região.

O município de Salgueiro, em Pernambuco, chegou a contar com 8 mil trabalhadores no canteiro de obras, mas atualmente tem pouco mais de 100.

Muitas empresas apostaram alto no retorno que a transnordestina traria para a economia , ma hoje amargam sérios prejuízos.

Seriam 1.752 quilômetros, mas apenas 35% foi construído, significando o abandono e desperdício de cerca de 500 a 600 quilômetros de trilhos, 80 vagões abandonados, e respectiva estrutura”, disse Augusto Coutinho.

O deputado lembrou que, especificamente no município de Salgueiro, a interrupção das obras provocou a falência de diversos comércios locais e empresas que investiram intensamente na obra imaginando que não ocorreria sua interrupção.

Somente este ano, foram homologadas mais de 300 demissões no escritório que o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada (Sintepav-PE) mantém na cidade.

Salgueiro chegou a ser a cidade campeã na geração de empregos em 2010/2011 no auge das obras da Transnordestina.

O canteiro de obras chegou a contar com 8 mil trabalhadores no canteiro de obras, mas atualmente tem pouco mais de 100.

O custo estimado total para a conclusão da obra é hoje cerca de R$ 11,2 bilhões, 250% a mais que os R$ 4,5 bilhões originais, definidos em 2006, enquanto a inflação acumulada pelo IPCA ficou em 87,29% entre junho de 2006 e maio deste ano. “O que se vê hoje é um exemplo emblemático de descaso com a gestão de recursos públicos, e mais, a mobilização de diversos agentes da economia local, regional e nacional para, em poucos anos, causar prejuízos a todos envolvidos, desde o operário mais humilde que se deslocou para um novo emprego longe de sua família e que teve que retornar sem emprego e sem perspectiva alguma até o empresário que investiu de forma consistente e colheu apenas prejuízos”, afirmou Coutinho.