Candidatos ao Minha Casa Minha Vida que tenham um integrante da família com microcefalia não precisarão mais participar de sorteio para ingressar no programa.

O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), assinou na manhã desta quinta-feira (14) uma portaria que altera a forma de seleção para esses beneficiários.

A cerimônia que marcou a mudança nas regras do programa ocorreu no Palácio do Planalto.

O presidente interino, Michel Temer, afirmou, durante o evento, que grande parte das mães com filhos nessa situação é, também, beneficiária do Bolsa Família.

Para Temer, essa característica reforça ainda mais a necessidade de um atendimento diferenciado a essas famílias. “Isso revela a importância de mantermos ou incentivarmos os programas sociais”, ponderou o presidente em exercício.

Temer determinou a prioridade no atendimento às famílias com crianças com microcefalia após ter sido informado do problema em reunião com o Núcleo Social do governo, formado pelos ministérios das Cidades, da Saúde e do Desenvolvimento Social e Agrário. “Como são cinco ou seis ministros em cada grupo, é mais fácil discutir e trocar ideias”, observou.

O ministro Bruno Araújo explicou que o programa tem 200 mil unidades habitacionais que estão disponíveis para destinação e que podem ser direcionadas a essas pessoas. “É um número muito substancial de famílias que precisam dar atenção integral aos filhos com microcefalia”, afirmou.

Até o momento, relatou o ministro, 1.686 casos foram confirmados.

Araújo disse ainda que o programa atenderá a todas as famílias que tenham pelo menos um integrante com microcefalia, tendo a doença sido ou não causada pelo zica vírus. “A microcefalia pode ter outras causas que não a zica.

Todas as famílias com integrante com microcefalia estarão dispensados do sorteio”, explicou.

O programa também não fará diferenciação se a pessoa com microcefalia é criança ou adulto.

Os casos mais volumosos estão em Pernambuco e na Bahia.

O ministro informou ao Blog de Jamildo que no Nordeste existem duas mil mães nessas condições.

As mães precisam estar na faixa de renda de até três salários mínimos e serão beneficiadas antes mesmo dos sorteios das chaves.

Leia mais sobre microcefalia no Casa Saudável Confira fala de Temer durante anúncio de nova norma do Minha Casa Minha Vida: https://soundcloud.com/palacio-do-planalto/integra-fala-de-michel-temer-durante-anuncio-de-nova-norma-do-programa-minha-casa-minha-vida MICROCEFALIA Novo boletim do Ministério da Saúde, divulgado nesta quarta-feira (13), aponta que, até 9 de julho, já foi concluída a investigação de 63% (5.309) dos 8.451 casos suspeitos de microcefalia notificados à pasta desde o início das investigações, em outubro do ano passado.

Do total investigados, 1.687 casos foram confirmados de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita.

Outros 3.622 foram descartados por apresentarem exames normais, ou por apresentarem microcefalia ou malformações confirmadas por causa não infecciosas.

Também foram descartados por não se enquadrarem na definição de caso.

Permanecem em investigação pelo Ministério da Saúde e pelos estados, 3.142 casos suspeitos de microcefalia em todo o país.

Do total de casos confirmados (1.687), 266 tiveram confirmação por critério laboratorial específico para o vírus Zika.

O Ministério da Saúde, no entanto, ressalta que esse dado não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao vírus.

A pasta considera que houve infecção pelo Zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.

Os 1.687casos confirmados em todo o Brasil ocorreram em 592 municípios, localizados em todas as unidades da federação e no Distrito Federal.

Em relação aos óbitos, no mesmo período, foram registrados 351 óbitos suspeitos de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (abortamento ou natimorto) no país.

Isso representa 4,2% do total de casos notificados.

Destes, 102 foram confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central.

Outros 190 continuam em investigação e 59 foram descartados.

O Ministério da Saúde ressalta que está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central informados pelos estados, além da possível relação com o vírus Zika e outras infecções congênitas.

A microcefalia pode ter como causa, diversos agentes infecciosos além do Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, Outros Agentes Infecciosos, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral.

A pasta orienta as gestantes adotarem medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.