A mulher do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Cláudia Cruz, arrolou, como testemunha de defesa, no processo da Lava jato, o Ministro de Cidades, Bruno Araújo, do PSDB, que ficou conhecido em todo o Brasil por ter dado o voto 342, mínimo necessário para aprovar a admissibilidade do processo contra a presidente afastada Dilma, na Câmara dos Deputados.

Na peça, a jornalista pede que o ministro Bruno Araujo ateste que ela não tinha conhecimento dos negócios de Eduardo Cunha.

O nome é apresentado como uma das testemunhas que poderiam atestar a ausência de conhecimento ou envolvimento dela com os negócios do marido e a inexistência de dolo eventual ou cegueira deliberada em seu comportamento.

Além de Bruno Araújo, foram chamados seis deputados federais em exercício: Hugo Motta (PMDB-PB), Felipe Maia (DEM-RN), Carlos Marun (PMDB-MS), Jovair Arantes (PTB-GO), Gilberto Nascimento (PSC-SP), e Átila Lins (PSD-AM).

O ministro dos Transportes, Maurício Quintella, também foi chamado.

Segundo a defesa de Cláudia Cruz, a convocação dos deputados e ministros visam defendê-la da acusação de lavagem de dinheiro e transferência de recursos de suposta origem criminosa entre um trust de Eduardo Cunha e uma conta de Cláudia Cruz no exterior. “Testemunhas que atestem a ausência de conhecimento/envolvimento da Defendente com os negócios de seu marido e a inexistência de dolo eventual ou cegueira deliberada em seu comportamento”, justifica a defesa ao listar os convocados.

Em casos de réus que convocam parlamentares e ministros como testemunhas, o juiz Sérgio Moro costuma pedir para que as defesa justifiquem a necessidade das convocações.

Caso o juiz aceite os nomes, ele envia ofício a eles questionando qual a melhor data para a colheita dos depoimentos.

Cláudia Cruz ainda pediu para que sejam ouvidas em sua defesa funcionários do Banco Merril Lynch em Genebra, na Suíça, funcionários de um escritório de consultoria no Uruguai, e representantes do trust Netherton, do qual Cunha é beneficiário.

O objetivo destas convocações, segundo Cláudia Cruz, é mostrar como funcionava o trust e a conta dela, para provar que não houve lavagem de dinheiro nos recursos recebidos por ela.

RESPOSTA Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil O ministro disse ao Blog de Jamildo, ainda há pouco, que vê o pedido como uma clara estratégia processual, de quem busca foro privilegiado. “Estou surpreso.

Em sendo esta a pergunta, não terei como ajudar.

Não tenho como atestar”, afirmou.

O processo em questão trata de lavagem de dinheiro referente da transferência de recursos da suposta origem criminosa entre o trust Netherton 9da qual o marido é beneficiário) e a conta Kopek, de titularidade da mulher de Cunha.