Na sexta-feira, o senador Humberto Costa (PT) questionou o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM) por ter resolvido escolher para o Conselho Nacional de Educação (CNE), Antônio Carbonari Netto, nome do setor privado de ensino e fundador da Faculdade Anhanguera. “A indicação mostra, mais uma vez, uma clara confusão do governo Temer entre o que é público e privado”. “Já sabemos que o presidente golpista Michel Temer não é mesmo afeito a regras.

Pulou a catraca da Constituição para afastar uma presidente legitimamente eleita.

Agora e sua equipe tem demonstrado também nenhum a pego as instituições públicas.

Tanto que o ministro da Educação vem minando aos poucos programas importantíssimos como o Ciência Sem Fronteiras e já fala em privatização de cursos em universidades públicas”, criticou Humberto Costa. “Eu ouso aqui fazer um chamamento ao empresariado brasileiro para, juntos, nos mobilizarmos a fim de fortalecer a base educacional do país melhorando a qualidade do ensino”, declarou o ministro pernambucano, no mesmo dia.

A convocação feita pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, durante reunião do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, com a presença do presidente Michel Temer, não deixou de ser uma resposta às críticas do ex-líder do governo Dilma. “Temos 98% das crianças matriculadas no Ensino Fundamental, mas os números do desempenho escolar das crianças brasileiras ainda são, infelizmente, insatisfatórios.

Apenas 11% das crianças têm proficiência plena no item leitura e não podemos falar em inovação sem falar, também, em educação básica de qualidade, na formação de crianças e jovens e na preparação desse público para o mercado de trabalho”, afirmou.

A reunião foi coordenada pelo presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e contou com mais de 100 representantes de empresas.

O ministro disse ainda que o orçamento do MEC triplicou nos últimos anos, mas os indicadores de educação estão estagnados. “A eficiência no gasto de investimento na educação é o nosso foco. É preciso gastar na área fim para que os recursos cheguem na ponta, beneficiando crianças e jovens que precisam desse apoio”, defendeu.

E citou o exemplo do gasto do MEC com call center (0800). “O MEC gastava R$ 125 milhões com esse contrato.

Reduzimos para R$ 55 milhões.

Esse dinheiro será destinado a áreas que realmente necessitam de investimento e que trarão benefícios reais à população”, completou.

O ministro disse que encontrou programas como o Mais Educação onde é clara a ineficiência na gestão como o pagamento a 8,3 milhões de alunos, enquanto o Censo Escolar registra 4,5 milhões de alunos na rede escolar de todo o País.

Mendonça Filho disse, ainda, que o MEC terá como foco quatro grandes prioridades.

A discussão da base nacional comum curricular, a formação de professores, alfabetização plena e na idade certa e reforma do Ensino Médio.