O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, por meio de nota oficial, disse que “jamais” defendeu o aumento da jornada de trabalho brasileira para 80 horas, limitada pela Constituição Federal em 44 horas semanais. “A CNI tem profundo respeito pelos trabalhadores brasileiros e pelos direitos constitucionais, símbolo máximo das conquistas sociais de nossa sociedade”, afirmou. “Nós estamos ansiosos, na iniciativa privada, de ver medidas muito duras.
Duras que eu digo, medidas modernas, mas medidas difíceis de serem apresentadas.
Por exemplo, a questão da Previdência Social.
Tem que haver uma mudança da Previdência Social, se não nós não vamos ter no Brasil um futuro promissor.
As questões trabalhistas, nós vemos agora a França promovendo, sem enviar para o Congresso Nacional, tomando decisões com relação às questões trabalhistas. “Nós aqui no Brasil temos 44 horas de trabalho semanais.
As centrais sindicais tentam passar esse número para 40.
A França, que tem 36 horas, passou agora para 80, a possibilidade de até 80 horas de trabalho semanal (sic, são 60 horas) e até 12 horas diárias de trabalho.
A razão disso é muito simples, é que a França perdeu a competitividade da sua indústria com relação aos outros países da Europa.
Então, a França está revertendo e revendo as suas medidas para criar competitividade.
O mundo é assim.
A gente tem que estar aberto para fazer essas mudanças.
E nós ficamos aqui realmente ansiosos para que essas mudanças sejam apresentadas no menor tempo possível”.
Já o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse em Curitiba (PR), nesta semana, que a retomada da geração de empregos e a necessidade de revisar a legislação trabalhista eram importantes neste momento. a fala ocorreu na abertura do o 2º Seminário Jurídico Nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT). “Precisamos aperfeiçoar nossa legislação para atender as necessidades do momento e combater o desemprego e a informalidade.” Na opinião do ministro, o aperfeiçoamento das leis pode contribuir com a melhoria nas relações trabalhistas, o que vai beneficiar tanto trabalhadores quanto empregadores. “Temos hoje uma legislação esparsa e com interpretações subjetivas de normas e portarias.
Não podemos ter três interpretações diferentes sobre o mesmo contrato de trabalho.
A interpretação do trabalhador, do empregador e do juiz tem que ser a mesma”, afirmou.
O presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, entende que discutir mudanças legais é urgente para o Brasil. “Estamos vivendo um momento caótico e precisamos buscar alternativas para a superação.
Portanto, nada melhor do que aperfeiçoar nossa legislação.
Não estamos falando em retirar direitos, mas temos que buscar alternativas de superação da crise”, afirmou.