O empresário Paulo Cesar Morato, que apareceu morto em um motel em Olinda, um dia depois da deflagração da operação Turbulência, da Polícia Federal em Pernambuco, assumiu, perante as autoridades da investigação, PF e Ministério Público Federal, ao lado de Artur Roberto Lapa Rosal, serem os verdadeiros responsáveis pelas movimentações financeiras detectadas nas contas de suas empresas.

Nas investigações, o MPF pondera, em relação aos dois personagens, que não são meros laranjas e agiam assim com o objetivo de encobrir o envolvimento dos principais integrantes no esquema criminoso.

Com participação ativa, já no dia da operação da PF, no mês passado, os dois foram apresentados como testas de ferro da suposta quadrilha.

Assim, salvo melhor juízo, a revelação de que já havia assumido as contas indicam que o empresário teve tempo suficiente para pensar na vida, ou no seu fim trágico, antes da decretação da prisão em junho.

O esquema teve início ao menos no ano de 2010 e de acordo com a PF e o MPF somente parou em março deste ano, quando por coincidência aconteceu no Recife ações da Operação Xepa.

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Nesta fase das investigações, as imputações estes fatos eram direcionadas a PC Morato e Artur Rosal, enquanto pivôs do esquema, cujo objetivo era encobrir a origem ilícita dos recursos e cooptar outras pessoas para figurarem como sócias de empresas implicadas, nas palavras do MPF. “Tudo isso aponta a adequação de Apolo Santana Vieira não a função de “cabeça” do grupo criminoso, mas de “testa de ferro”, ao menos diante das provas colacionadas até o presente momento”, descrevem as autoridades. » Turbulência: deputado entra com representação para que PF investigue morte de foragido » Delegada Gleide Ângelo diz que em menos de duas semanas conclui caso da morte de foragido da Operação Turbulência » SDS confirma envenenamento de Paulo César Morato » Empresário foragido da Operação Turbulência é encontrado morto em motel de Olinda