O empresário Manoel Ferreira, vice-presidente do Sindicato dos Operadores Portuários de Pernambuco (Sindope), participou de audiência, no início deste mês, com o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, para tratar das principais reivindicações do setor.

No encontro, estiveram presentes ao encontro representantes dos operadores portuários de todos os estados, como parte das ações objetivando tirar do papel os projetos necessários para a otimização dos portos.

Governo Paulo Câmara espera que Temer faça licitação de novo terminal de Suape já no segundo semestre No caso do Porto do Recife, as empresas apresentaram ao governo Temer uma proposta de realizar a dragagem do porto, com recursos próprios, em troca de redução das tarifas portuárias.

A dragagem ajuda, além das operações em geral, a venda do terminal de passageiros, a ser realizada em breve pelo governo Federal.

Ainda em maio, antes de cair, o governo Dilma prometeu que o leilão do Terminal de Passageiros de Recife seria realizado no dia 31 de agosto na sede da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em Brasília.

O prazo de arrendamento será de 25 anos, prorrogável por, no máximo, igual período.

Durante esse período, a previsão é de que 963.318 passageiros utilizem o terminal para embarque, desembarque e trânsito.Além da movimentação de passageiros no terminal, o vencedor do leilão vai receber suas receitas também por meio do aluguel de espaço de curto e longo período e pela cobrança do estacionamento.

A estimativa é de que o empreendedor obtenha uma receita total de R$ 105 milhões ao longo do contrato.

Para isso, o futuro arrendatário deve se comprometer a investir cerca de R$ 4,4 milhões em equipamentos.

Mesmo sem estrutura no terminal de passageiros, cruzeiros voltam a atracar no Porto do Recife O Sindope representa as 20 empresas que atuam em Suape e no Recife.

No ano passado, as associadas ao Sindicato faturaram, só com operações de carga seca, R$ 430 milhões, dos quais, R$ 30 milhões, aproximadamente, foram investidos em pagamento de salários e encargos sociais aos 1.200 trabalhadores avulsos que prestam serviço nos dois ancoradouros.

Além disso, também atuam em atividades derivadas das operações portuárias mais 50 mil trabalhadores com carteira assinada e existe ainda uma ampla cadeia produtiva envolvendo as operações de armazenagem e transporte que também geram emprego e renda para os pernambucanos.

Segundo o Sindope, os portos pernambucanos de Suape e do Recife podem ampliar suas funções como instrumentos de desenvolvimento econômico, logístico e social.

Para isso, se faz necessário o destravamento de projetos importantes como a implantação do terminal de embarque e desembarque de veículos e de grãos em Suape e a realização de obras de dragagem no Recife. “Com a implantação desses e de outros projetos, os portos irão atrair novas cargas e navios maiores.

Isso possibilitará a redução nos custos dos fretes e o consequente aumento da competitividade das empresas que importam matérias-primas e exportam produtos.

Além disso, contribuirá para fortalecer Pernambuco como polo de distribuição regional e consolidar a importância estratégica dos ancoradouros para a economia do Estado”, afirma Manoel Ferreira, vice-presidente do Sindope.

No plano local, o Sindope pretende participar das discussões com os representantes do Governo do Pernambuco em ações que possam ser adotadas no âmbito estadual com objetivo de contribuir para o aumento da geração de negócios nos portos pernambucanos.

Segundo Ferreira, é fundamental a definição de uma política portuária para o Estado com o objetivo de estabelecer diretrizes de acordo com a vocação de cada ancoradouro. “O Porto do Recife, por exemplo, se insere no contexto econômico de Pernambuco como uma importante alternativa para atender a diversificação das cargas movimentadas no Estado, pois trata-se de um porto comercial, com grande capacidade operacional em relação aos demais equipamentos do Nordeste.

Enquanto isso, Suape tem como vocação não só abrigar um complexo industrial, mas também atuar como entreposto distribuidor de mercadorias na região.

Recife se integra ao Porto de Suape de maneira complementar, aumentando a competitividade operacional do Estado.

Ambos têm condições de melhorar suas capacidades de movimentação de cargas, adequando as operações e otimizando a utilização das suas áreas de forma a criar novas alternativas”, afirma.

Com a implantação do terminal específico para carga e descarga de veículos e grãos, por exemplo, as operações passarão a ser realizadas com grande agilidade, contribuindo assim para redução do tempo de permanência dos navios no porto.

Isso representaria menor custo operacional e um incentivo à atração de novas rotas.

No caso do Recife, a dragagem possibilitará a atracação de embarcações tipo Super Handy Max (navios com capacidade de até 45 mil Toneladas de Porte Bruto), além de atender navios de cruzeiro de última geração.

Essa obra também possibilitará que os transatlânticos possam atracar ao lado do Terminal de Passageiros, operação impossibilitada atualmente devido ao baixo calado.