O presidente da CUT Pernambuco, Carlos Veras, discursou, em Ouricuri, nesta terça-feira, durante a chamada Caravana Popular em Defesa da Democracia.
Durante a fala, na frente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Veras aproveitou para chamar a atenção dos trabalhadores a respeito da intenção do governo Temer de fundir o BNB a Sudene.
Para o sindicalista, a fusão colocaria em risco programas como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e ameaçaria o emprego de muitos trabalhadores. “Esse momento da caravana é muito importante, principalmente por estarmos ao lado da agência do Banco do Nordeste.
A proposta do governo é de fundir o Banco do Brasil com a Caixa Econômica e de fundir o Banco do Nordeste com a Sudene.
Com isso, eles querem acabar com o Pronaf e com o Garantia-Safra.
Querem acabar com os créditos emergenciais e demitir muitos trabalhadores bancários desses bancos públicos.
Querem fazer com que a burguesia e os latifundiários e grandes empresários, inclusive de multinacionais, tomem conta do Estado, reduzindo o papel do Estado Brasileiro.
Por isso, temos que continuar firme nessa vigília”, disse o presidente da CUT Pernambuco.
A Caravana Popular em Defesa da Democracia vai passar por 12 municípios pernambucanos, de 4 a 13 de julho. “o objetivo é denunciar o golpe e convocar a população para defender os direitos dos cidadãos”.
Carlos Veras criticou o “oportunismo do Governo Temer” ao comparar o momento atual vivido pela presidente Dilma com o que aconteceu a Miguel Arraes em 1964, quando o então governador de Pernambuco foi preso por não renunciar como desejavam os militares, o presidente da CUT PE disse que os deputados querem “rasgar a CLT”, destacando “os retrocessos nos direitos sociais que os apoiadores do golpe têm sugerido na Câmara dos Deputados, em Brasília”. “Não podemos deixar de fazer essa reflexão sobre quem são os que estão a favor da democracia e os que estão atacando a democracia.
Porque esse golpe foi tramado e forjado com dois intuitos.
O primeiro foi para livrar os corruptos do processo de investigação por corrupção.
E isso ficou claro com as gravações e com a delação de Sérgio Machado.
E o segundo é o ataque às conquistas da classe trabalhadora.
Não é à toa que eles estão propondo a reforma da previdência, que vão elevar a idade mínima para os trabalhadores e as trabalhadoras se aposentarem.
Os deputados estão querendo acabar com o FGTS, com o 13 salário, com as férias, querem rasgar a CLT”, disse Carlos Veras.