Um informe noticioso da fábrica da Jeep/Fiat, de maio de 2015, cita a relação da Moura Dubeux Engenharia com os recursos do FI-FGTS, objeto de uma operação da Polícia Federal nesta sexta-feira.

Lava Jato faz operação e mira Friboi e doleiro ligado a Eduardo Cunha PF cumpre mandados de nova fase da Lava Jato no Recife e no Cabo A montadora anunciava então a assinatura de Memorandos de Entendimento com dois empreendedores locais, para que instalem dois parques industriais, logísticos e de serviços capazes de abrigar os novos fornecedores da unidade.

O interesse da montadora era divulgar que as empresas que abastecerão o Polo Automotivo Jeep estarão localizadas dentro dos condomínios Armazenna Itapissuma e Cone Goiana, este último ligado à Moura Dubeux Engenharia.

Além da Fiat, Cone Goiana atenderá ainda demanda dos polos fármaco e vidreiro.

O outro, batizado de Armazenna Itapissuma, era uma sociedade formada pela GL Empreendimentos e pela Cavalcanti Petribu Empreendimentos.

A GL é um grupo pernambucano com atuação nos segmentos de complexos industriais, logísticos e de serviços, entre outros. » Dilma exonera Fábio Cleto, aliado de Cunha, da vice-presidência da Caixa » Ex-vice da Caixa afirma que Eduardo Cunha recebeu R$ 52 milhões em propina Operação Nacional A operação Sépsis, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavaski, relator da Lava Jato, tem como base a delação do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, aliado do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). > Na mira da Lava Jato, Renan Calheiros quer votar projeto que dificulta investigações No plano nacional, a PF também realizou buscas na sede do grupo e na casa de seu dono, Joesley Batista, em São Paulo.

A JBS não é alvo da operação.

Há suspeitas de que a JBS tenha pago propina, para obter recursos do fundo de investimentos do FGTS, liberados por influência de Cleto.

As buscas da PF na sede do grupo J&F, controlador da JBS, concentraram-se na empresa Eldorado Brasil Celulose, que se beneficiou de recursos do FGTS e está no alvo das suspeitas dos investigadores.

Em 2012, a empresa fez uma emissão de debêntures (títulos de dívida) de R$ 940 milhões e o FI-FGTS fez aportes nessas debêntures.

Fábio Cleto já afirmou em sua delação que havia um esquema de pagamentos de propina para liberação de recursos do FI-FGTS e que o dinheiro era dividido entre ele, Cunha e Funaro.

Voltando a Pernambuco e a Cone Goiana (Condomínio de Negócios) De acordo com os dados divulgados ainda no ano passado, em 2010 foi criada a parceria da Conepar – Moura Dubeux Engenharia com o Fundo de Infraestrutura gerido pela Caixa Econômica Federal (FI-FGTS).

No ano passado, depois de quatro anos, contava com 600 mil m² sob sua gestão. “O seu negócio é prover soluções integradas de infraestrutura industrial e logística multimodal sob medida para os clientes, atuando próximo a portos, aeroportos e polos de desenvolvimento.

Seus principais empreendimentos hoje são Cone Suape (Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco) e Cone Aratu (Simões Filho, Bahia)”, historiou a Fiat, sobre os fornecedores. “A intenção é replicar em Goiana a estratégia aplicada no Cone Suape, com infraestrutura tanto para logística como para a indústria e serviços.

A ideia é termos futuramente hotel, lojas, áreas médicas e de serviços em geral, para que as pessoas que trabalham lá tenham uma estrutura completa à sua disposição”, disse o diretor.

Já o Cone Aratu, com área total de 3,3 milhões de m², sendo 1,2 mil m2 na primeira fase, tem as primeiras entregas previstas para o final de 2015.

Segundo informou no ano passado o diretor de Negócios da empresa, Fernando Perez, o condomínio baiano encontrava-se no início da fase de investimentos pesados de estruturas e acesso viário, água, energia elétrica, telefonia e telecomunicações. “A região de Salvador é outro exemplo do potencial do Nordeste, pois é uma metrópole de cerca de 3 milhões de habitantes e, antes do Cone Aratu, não tinha um só condomínio logístico”, ressaltou Perez, na época.

Emprego e renda De acordo com os números da Fiat, existia a previsão de investimentos em construção civil da ordem de R$ 150 milhões (galpões e estruturas destinadas aos fornecedores Jeep).

Na época, divulgou-se a expectativa de geração de aproximadamente 1 mil empregos durante a construção civil dos Complexos Industriais, Logístico e de Serviços, sendo que 40% dessas pessoas estarão dedicadas às obras dos galpões para os fornecedores Jeep.

Foto: Reprodução Sociedade na Cone S/A Nesta sexta-feira, dia da operação da PF em Pernambuco, a Moura Dubeux Engenharia informou, em nota oficial que, desde 2013, a empresa nem nenhum dos seus sócios tem relação de investimento, sociedade, ou parceria com a Cone S/A.

O empresário Marcos Roberto Dubeux, filho de um dos sócios da Moura Dubeux, é o presidente da Cone S/A. “Ele não faz parte da diretoria da construtora Moura Dubeux e não tem nenhuma relação de negócio com a construtora”.

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