Estadão Conteúdo - Uma disputa entre Senado e Câmara em torno da chamada Lei de Responsabilidade das Estatais, que estabelece regras que restringem a nomeação de presidentes, diretores e integrantes dos conselhos de empresas estatais, vai atrasar ainda mais a sanção do texto pelo presidente em exercício Michel Temer. » Projeto que barra indicação política em estatais é esvaziado » Câmara deverá votar projetos sobre dirigentes de estatais e fundos de pensão » Senado aprova lei que proíbe políticos de assumirem cargos de comando em estatais O projeto aprovado pelo Senado é considerado mais restritivo, dificultando muitas da nomeações políticas defendidas pela Câmara.

Por isso, os deputados alteraram o projeto quando votaram o texto, afrouxando as regras.

Como o texto teve origem no Senado, quando a proposta retornou para apreciação dos senadores, eles decidiram restabelecer as regras restritivas às nomeações, irritando os deputados.

Agora, para tentar resolver o impasse, o Planalto vai tentar costurar um acordo para não deixar os deputados totalmente insatisfeitos, mas, menos ainda, os senadores, que têm em mãos a responsabilidade de apreciar o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. » Governo Temer quer mudar Conselhos das estatais » Delcídio expõe influência da bancada do PMDB do Senado no ministério e estatais Nas conversas que manteve sobre o tema, Temer ressaltou que não admite que a essência do texto seja alterada.

Para chegar a um consenso, o Planalto pretende promover rodadas de negociações sobre o projeto. “Só que isso leva tempo e exige muitas conversas”, disse um assessor palaciano.

Há ainda problemas jurídicos no texto aprovado, que precisam ser resolvidos antes da sanção.

Adiamentos Temer que, primeiro queria ter sancionado o projeto assim que foi aprovado na semana passada, como forma de prestigiar o Legislativo, viu-se obrigado a adiar a decisão para esta semana e, agora, diante de novos impasses, adiou novamente.

A princípio, ficou para semana que vem, mas o presidente em exercício poderá ter de deixar para a primeira quinzena de julho, cumprindo o prazo de 15 dias úteis para sua sanção. » Governo prepara manual anticorrupção nas estatais » Para reduzir dívidas, Estados poderão ceder empresas estatais para a União O adiamento incomoda deputados e senadores, que pressionam pelas indicações de seus afilhados políticos para cargos no governo.

O projeto ainda deve sofrer alguns vetos técnicos.

Segundo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o adiamento se deve a indecisões com relação ao texto final da lei que será sancionada “Essa é uma discussão que temos que fazer com o presidente”, afirmou o ministro.

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.