Um mês após ter-se reunido com Daniel Coelho - seu ex-correligionário - o pré-candidato do Partido Verde à Prefeitura, Carlos Augusto, começou a alfinetar o tucano.

Na sua avaliação, Daniel, apesar de estar filiado ao PSDB, ainda não aderiu à plumagem da ave símbolo da sigla. “Todo o material de divulgação do deputado federal - que também vai disputar a sucessão municipal - é produzido na cor do seu antigo partido, o Verde.

Resultado: muita confusão na cabeça do eleitorado.

E em todas as classes sociais.

Relatos dessa “mistura” têm chegado diariamente à sede do PV no Recife.

E o partido decidiu tomar uma providência”.

Na fanpage de Carlos Augusto, começou a ser veiculado um recado que dá bem o tom que ele pode adotar daqui para a frente, a fim de evitar que o eleitorado continue confundindo nomes e siglas. “Apresentamos o pré-candidato original do PV à Prefeitura do Recife.

Carlos Augusto, Verde desde 1995.

Não aceite imitações”, diz a postagem no Facebook.

O pré-candidato aparece como em um rótulo de embalagem de remédio, para uma cidade que estaria doente, atualmente marcada por epidemia de zica, chicungunha e dengue, doenças decorrentes de problemas como a falta de saneamento básico (que só atennde a 38 por cento do Recife) e o deficit de abastecimento. “Em todas as 18 regiões administrativas visitadas no Recife, os serviços de saúde são sempre citado s como uma das dificuldades que atormentam o recifense”, provoca.

Carlos Augusto começou a militar no PV nos anos 1980, e filiou-se ao partido em 1995.

O PV decidiu lançar seu nome para disputar a Prefeitura, depois do Projeto Recife Bom Para Viver, através do qual foram percorridos 200 quilômetros de mais de 90 bairros do Recife.

Nas caminhadas, segundo Carlos Augusto, ficou claro que a atual gestão não funcionou a contento. “A ideia que as pessoas ouvidas nos passam é que a cidade está jogada”, afirma.

Em 2012, o PV apoiou o PSB.

Mas segundo o pré-candidato, sem pedir nada em troca. “Foi como se tivéssemos passado um cheque em branco, um gesto de confiança.

Mas infelizmente o dever de casa não foi feito.

E resolvemos então fazer o nosso”, diz.

Nessa terça-feira, Carlos Augusto cancelou a agenda do dia, para acompanhar o filho Gabriel, que se submeteu a uma cirurgia.