Estadão Conteúdo - O Conselho de Ética da Câmara instaurou nesta terça-feira, 28, processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

A representação do PV acusa o deputado por ter dedicado seu voto à favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido pela Justiça como torturador durante a ditadura militar.

LEIA MAIS: » Deputado Bolsonaro é flagrado com arma em protesto contra Dilma em SP » No Recife, manifestantes pedem “Bolsonaro presidente do Brasil” » Durante votação, Jean Wyllys cospe em direção a Jair Bolsonaro » ‘Bela, recatada e do lar’: campanha na web ironiza perfil de Marcela Temer em revista; Veja os memes A instauração do processo foi possível porque, com o fim do processo disciplinar contra o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a pauta do colegiado foi destrancada.

Nesta manhã, foi realizado o sorteio dos três dos seis deputados do PT e PR aptos a relatar a ação disciplinar.

Foram sorteados os deputados Zé Geraldo (PT-PA), Wellington Roberto (PR-PB) e Valmir Prascidelli (PT-SP), que não são do mesmo Estado, nem do mesmo partido ou do bloco parlamentar.

O presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), conversará com os deputados e escolherá um dos três sorteados. » Jair Bolsonaro chuta e bate em ‘Pixuleco’ e é criticado na web » Cinco partidos e Instituto Vladimir Herzog vão à Procuradoria contra Bolsonaro » Presidente do PV protocola representação contra Bolsonaro e cobra limites para deputados » Em vídeo, Bolsonaro agradece pernambucanos que realizam ato em sua homenagem neste domingo A partir de agora, o processo terá 90 dias úteis para tramitar.

O PV pede a cassação do mandato de Bolsonaro.

Na semana passada, a segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu tornar Bolsonaro réu.

Na ação em questão, o parlamentar é acusado de injúria e incitação pública ao estupro quando, em 2014, afirmou na tribuna da Câmara que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) “porque ela não merece”. » Bolsonaro lembra militares de 64 e coronel Ustra ao declarar voto a favor do impeachment » Curtidas a Coronel Ustra crescem 3.300% após homenagem de Bolsonaro » Após comentários sobre estupro, brasileiro defensor de Bolsonaro é demitido da DC Comics » Presa política lembra como conheceu Coronel Ustra, torturador homenageado por Bolsonaro O mesmo episódio rendeu processo disciplinar em dezembro de 2014 contra Bolsonaro no Conselho de Ética da Casa, mas a representação foi arquivada porque o mandato parlamentar havia se encerrado.

Em 2013, Bolsonaro se livrou de um processo disciplinar no conselho.

Na época, o colegiado arquivou por unanimidade a abertura de processo no qual Bolsonaro era acusado pelo PSOL de ter dado um soco no senador Randolfe Rodrigues (hoje Rede-AP) durante uma visita de integrantes das comissões da verdade da Câmara e do Senado à sede do extinto DOI-Codi, no Rio de Janeiro. » Bolsonaro se torna réu no STF por injúria e incitação ao estupro » Bolsonaro é batizado em Israel durante votação do impeachment » Filho de Jair Bolsonaro apresenta projeto que criminaliza comunismo » Manifestantes fazem ‘beijaço’ contra Bolsonaro e Feliciano na Comissão de Cultura da Câmara Bolsonaro foi impedido de entrar com os parlamentares, mas insistiu em acompanhar o grupo.

Durante uma discussão com o senador, teria ocorrido a agressão.