O perito papiloscopista Lauro Macena, à frente da perícia da morte do empresário Paulo César de Barros Morato na noite em que o corpo dele foi encontrado em um motel em Olinda, na última quarta-feira (22), chegou a informar verbalmente à delegada Gleide Ângelo que seria necessária uma nova análise no local e deixou um documento para outros peritos voltarem ao local, sem informar a ela e à perita criminal Vanja Coelho que havia protocolado a solicitação.
A delegada, que preside o inquérito policial sobre o caso, não oficializou o pedido por não considerar determinante.
Morato era o único foragido da Operação Turbulência.
LEIA TAMBÉM » Gleide Ângelo rebate Sinpol e reafirma que só fez um pedido de perícia Para o secretário-executivo de Defesa Social, Alexandre Lucena, o que aconteceu foi uma “falha de comunicação”. “O que houve foi uma cena do fato tumultuada em que o papiloscopista entendeu por si só que poderiam ser feitas mais perícias e ele, sem comunicar à doutora Gleide e à doutora Vanja, deixou o documento para os peritos do plantão.
Em razão disso, os peritos pegaram o documento e entenderam que deveriam ir até o local para fazer as perícias complementares”, afirmou. “Eu reconheço que o perito papiloscopista não se expressou direito”, admitiu, ressaltando em seguida que Gleide Ângelo não considerou as novas análises necessárias. “É ela (a delegada) que determina o que é necessário ou não.” » Homicídio é praticamente descartado pela polícia em caso de foragido da Operação Turbulência encontrado morto » Carro de empresário encontrado morto será leiloado com outros bens apreendidos pela Operação Turbulência após investigação De acordo com a Gleide Ângelo, quando os policiais chegaram ao local, o corpo de Morato já havia sido preparado pelo Instituto de Medicina Legal (IML) para ser recolhido e muita gente, entre funcionários do motel e policiais, havia passado pelo quarto. “Muita gente passou lá, houve violação do local.
Não por má vontade mas porque eles acharam que era uma morte natural”, afirmou.
A perita Vanja Coelho também ressaltou que o ambiente não preservava as características do momento da morte do empresário. “Eu entrei num local inidôneo”, frisou durante a coletiva. “Tudo foi feito dentro dos conhecimentos de 36 anos de perícia”, disse ainda. » Empresário foragido da Operação Turbulência é encontrado morto em motel de Olinda Além da papiloscópica, que analisa vestígios como as impressões digitais encontradas no local onde o corpo foi encontrado, está sendo feita a perícia toxicológica pelo IML, para saber se Morato pode ter sido envenenado.
Por causa desses exames, o corpo dele deve ser liberado somente na quarta (29) ou na quinta (30).
Ainda será analisado também o material dos copos e da garrafa encontrados no quarto. » Provas usadas na Operação Turbulência são de inquérito sobre suposta propina na campanha de Eduardo Campos em 2010 » Empresa que comprou jatinho usado por Eduardo Campos está em nome de um pescador Morato era apontado como dono de uma empresa de terraplanagem que recebeu R$ 18,8 milhões da construtora OAS.
Para a Polícia Federal, há indícios de que o dinheiro possa ter sido desviado de verbas da Transposição do Rio São Francisco supostamente para a campanha do ex-governador Eduardo Campos (PSB) à presidência, em 2014.