Diante da polêmica envolvendo a denúncia feita pelo cantor André Rio de que teria sido feita a cobrança de propina para que ele se apresentasse na programação junina de municípios do interior pernambucano, o nome de 23 artistas aparece em um manifesto em apoio ao Governo de Pernambuco.

O texto afirma que nunca receberam propostas desse tipo de servidores ligados à Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) e à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), e sim de ‘atravessadores’.

Porém, criticam a gestão pelo prazo para o pagamento de cachês.

LEIA TAMBÉM » André Rio acusa empresários de articular esquema de shows com recursos públicos » Felipe Carreras defende gestores e diz que não vai admitir acusações sem nomes » A pedido do Governo do Estado, Polícia Civil vai abrir inquérito sobre áudio de André Rio » Leia a íntegra do manifesto: “Nós, artistas pernambucanos, nos solidarizamos com o Governo de Pernambuco neste momento em que muito se tem falado sobre a contratação de shows e eventos culturais no Estado.

Queremos esclarecer que nunca nos foi pedido qualquer tipo de propina ou parte dos cachês para contratação por pessoas dentro da Fundarpe ou Empetur.

Acreditamos, inclusive, que as declarações se referem aos chamados atravessadores de shows.

Pelos órgãos do Governo, sempre fomos tratados com respeito, como se deve ser quando estamos tratando com profissionalismo.

Nós até temos outras questões que gostaríamos de discutir com o poder público, como a demora pro recebimento dos cachês, por exemplo, mas nenhuma delas ligada à idoneidade e honestidade da Empetur e Fundarpe.

Alceu Valença, Liv Moraes, Rogério Rangel, Maciel Melo, Petrucio Amorim, Pecinho Amorim, André Macambira, Dudu do Acordeon, Andrezza Formiga, Roberto Cruz, Nádia Maia, Adriana B, Almir Rouche, Benil, Canibal, Derico, Elifas Júnior, Fabiana Pimentinha, Geraldinho Lins, Josildo Sá, Karynna Spinelli, Maestro Forró e Nena Queiroga.” Yanê Montenegro, sócia da produtora que representa Alceu Valença, afirmou pelo Facebook (leia a íntegra do texto no fim da matéria), que, ao contrário do que havia sido divulgado, Alceu Valença não assinou o manifesto.

O nome dele aparece no texto enviado ao blog por Pecinho Amorim, filho de Petrúcio Amorim.

Pecinho negou ter escrito o texto e disse ter enviado a pedido de Tereza Accioly, da Sociedade dos Forrozeiros, que alegou não saber quem escreveu o manifesto.

Ela disse que os músicos cujos nomes aparecem no manifesto foram contatados por telefone por um grupo de artistas.

Cannibal também negou, em comentário no Blog de Jamildo, ter assinado qualquer manifesto. “Apenas fui perguntado se já tinha recebido alguma proposta para me apresentar pela fundarpe ou prefeitura em troca de % de cachê, respondi que não”, disse o músico. » Às vésperas do São João, artistas e produtores reivindicam pagamento do Carnaval ao Governo do Estado Mais cedo, André Rio esclareceu que o suposto esquema denunciado por ele é feito por empresários que fazem a proposta usando repasses feitos pela Empetur e pela Fundarpe para que os municípios elaborem a programação das festas de São João. “Diversos municípios foram contemplados.

Passar o dinheiro para o município e dizer que a responsabilidade é do prefeito é muito confortável.

A gente tem que pensar em uma política mais forte”, afirmou no programa Mesa de Bar, da Rádio Jornal.

Também no programa, o secretário estadual de Turismo, Esportes e Lazer, Felipe Carreras, defendeu os gestores dos dois órgãos, ambos ligados à pasta, e afirmou que recebeu a denúncia com indignação. “O que ocorreu é que nossa imagem esta sendo maculada perante a sociedade pernambucana.

Se a gente tem que fazer algum tipo de correção, nós vamos fazer ouvindo.

Mas nós não admitimos que acusações em que não são colocados nomes”, disse.

Carreras pediu a abertura da um inquérito policial para apurar o caso, o que deve ser feito na próxima segunda-feira (27). » Sanfoneiro Cezzinha diz que prática é antiga e pede mobilização » Maciel Melo e Petrúcio Amorim afirmam que seus shows são dentro da legalidade » Polícia Federal investiga ‘máfia’ dos shows em Pernambuco e em outros oito estados » Leia a nota de Yanê Montenegro sobre a participação de Alceu Valença no manifesto: “Nesta última semana, o vazamento (parece que é moda) do depoimento de um artista pernambucano para um grupo de amigos, trouxe uma polêmica acerca de pagamentos de propinas aos órgãos que contratam os espetáculos, Fundarpe e Empetur.

Fui procurada* para me manifestar sobre o assunto e relatei a minha experiência pessoal, a qual transcrevo abaixo.

Causou-me surpresa ler, hoje, uma notícia no Blog de Jamildo, informando que Alceu Valença assinou um manifesto em apoio ao Governo do Estado sobre este assunto.

Reservo-me o direito de fazer três observações: 1.

Alceu não assinou qualquer manifesto. 2.

Alceu encontra-se na turnê de São João que, neste ano, contemplou mais cidades no Sudeste que no Nordeste.

A escolha não foi nossa.

Parece que outros segmentos musicais ocuparam o lugar do forró nas festas juninas nordestinas e, num momento de crise, algumas prefeituras alegaram não ter recursos para contratação de Alceu. 3.

Alceu compõe, canta, dança, pinta o sete, mas não cuida de assuntos burocráticos e financeiros.

A seguir, a declaração que transmiti ontem: Sobre as contratações de shows de Alceu Valença entre a empresa na qual eu, Yanê Montenegro, sou sócia gestora e os órgãos públicos Fundarpe e Empetur, informo que jamais nos foi pedido pagamento de qualquer percentual a título de comissão.

O pagamento de comissões é praxe nas contratações que envolvem intermediários.

Como temos empresa estabelecida em Pernambuco, a qual mantém exclusividade nas vendas de shows de Alceu Valença, não trabalhamos com intermediários.

Entendo que as atividades fomentadas com dinheiro público devam obedecer, impreterivelmente, critérios de transparência, eficiência e probidade.

Por oportuno, considerando o segmento cultural, saliento que o Governo do Estado de Pernambuco deve priorizar os artistas que representam a legítima cultura do Estado, com o propósito de contribuir com a preservação, a construção e a difusão da identidade pernambucana.” *Quando diz que foi procurada para se posicionar sobre a polêmica, Yanê não se refere ao Blog de Jamildo