A Polícia Civil de Pernambuco praticamente descartou a possibilidade de o empresário Paulo César de Barros Morato ter sido vítima de homicídio, secretário executivo de Defesa Social de Pernambuco, Alexandre Lucena. Único foragido da Operação Turbulência, ele foi encontrado morto em um motel em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, na noite dessa quarta-feira (22).

LEIA TAMBÉM: » Empresário foragido da Operação Turbulência é encontrado morto em motel de Olinda » Carro de empresário encontrado morto será leiloado com outros bens apreendidos pela Operação Turbulência após investigação De acordo com depoimento de funcionários à polícia, o empresário entrou sozinho no motel e ninguém mais entrou no quarto.

Quando a porta foi aberta, ainda estava trancada por dentro e, pelas condições do corpo, acredita-se que ele morreu ainda na terça-feira (21), dia em que foi deflagrada a operação e que o empresário deu entrada no motel.

Foram encontrados apenas remédios para diabetes e hipertensão.

Ainda será feito, porém, um exame detalhado nas vísceras do empresário para confirmar a tese de que ele se matou, além de outras análises para confirmar se ele não foi envenenado.

Os laudos devem ser divulgados na próxima semana. » Sílvio Costa ataca PSB e cobra explicações sobre Operação Turbulência » MPF diz que Campos e FBC receberam propina do “dono do jatinho”, afirma jornal » PF investiga compra de jatinho que transportava Eduardo Campos em campanha presidencial e esquema milionário de lavagem de dinheiro Morato é o dono da Câmara e Vasconcelos Locação e Terraplanagem.

Para a Polícia Federal, há indícios de que a empresa recebeu R$ 18,8 milhões da construtora OAS para a campanha do ex-governador Eduardo Campos (PSB) à presidência, em 2014.

O socialista morreu após queda de jatinho durante a campanha eleitoral.

Confira imagens da chegada da polícia ao motel e da coletiva de imprensa sobre o caso: 7 - 6 - 5 - 3 - 2 - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem Paulo César Morato - empresario-morto - Foto: Cassio Oliveira/NE10 - Foto: Cassio Oliveira/NE10 » Provas usadas na Operação Turbulência são de inquérito sobre suposta propina na campanha de Eduardo Campos em 2010 » Agora na Operação Turbulência, FBC volta a ser citado em suposto esquema para campanha de Eduardo Campos Foi a investigação sobre a compra da aeronave que motivou a operação e levou à descoberta de um esquema de lavagem de dinheiro em Pernambuco.

Na apuração do caso a PF usou informações de 18 contas bancárias, além de dados obtidos pelo Supremo Tribunal Federal e da Justiça Federal no âmbito da Operação Lava Jato. » PF apreende dinheiro, carros de luxo e armas na Operação Turbulência » Envolvido na Operação Turbulência é preso enquanto malhava em academia no Recife » Empresa que comprou jatinho usado por Eduardo Campos está em nome de um pescador Questionado sobre o boato de que a morte de Morato poderia estar ligada à Operação Turbulência, Alexandre Lucena afirmou: “Não podemos trabalhar com especulações e sim com dados.

Se é um fato que deixa provas, temos que investigar.

Como ele [Paulo] é investigado em uma importante Operação da Polícia Federal, nós tratamos do caso com toda a cautela”, disse o secretário.

Confira a entrevista com o secretário Alexandre Lucena: Foram apreendidos sete pendrives de 8 GB de memória, três celulares e cerca de R$ 3 mil dentro do carro do empresário.

O veículo, um Jeep Renagade, também foi recolhido pela polícia, além de cheques em branco que não eram dele, envelopes de depósitos bancários vazios, um relógio, três óculos, um furador de papel e uma bússola.

De acordo com o chefe da Polícia Civil, Antônio Barros, o material apreendido foi encaminhado para a perícia da Polícia Federal, pois podem colaborar com a Operação Turbulência. “Tudo que foi feito, investigado, verificado foi em cooperação com a PF.

Eles já solicitaram a documentação e nós já liberamos para eles a documentação.

Todos os documentos, celular, pendrives, que estavam com o Paulo Morato está sendo disponibilizado para PF.

A princípio, não é interesse para a Polícia Civil esse tipo de documentação.

Isso interessa muito mais a PF.

Então, foi passado para eles”, disse Antonio Barros, chefe da Polícia Civil de Pernambuco.