O empresário Joaquim José Maranhão da Câmara, preso nesta quinta-feira (23) na Operação Custo Brasil, já teve função de buscar patrocínio para dois clubes através da Federação Pernambucana de Futebol (FPF).
De acordo com o presidente da entidade, Evandro Carvalho, Maranhão foi o responsável pela captação de R$ 100 mil para o Salgueiro e do mesmo valor para outro time não informado em jogos da Copa do Brasil.
Carvalho frisou, porém, que isso nada tem a ver com a Consucred, empresa envolvida nas investigações da Polícia Federal.
O dirigente, por meio de sua assessoria, depois completou que isto foi em 2012 e que não durou por muito tempo.
Depois, acrescentou ainda que o valor não chegou a ser enviado aos clubes porque era menor do que o necessário.
O Salgueiro, por exemplo, precisava de R$ 300 mil e o empresário havia levantado apenas R$ 100 mil. “Assim, a FPF acabou não dando esse dinheiro para clube nenhum”, informou, por meio de assessoria, por telefone. “Ele procurou viabilizar um patrocínio de publicidade da empresa dele, mas a oferta era baixa, R$100 mil, assim não foi fechado com nenhum clube o patrocínio porque o valor era insuficiente para divulgar o nome da marca na camisa dos times pernambucanos”, disse presidente da FPF, informando que não fechou nenhum patrocínio com a empresa do José Maranhão.
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O sócio dele na empresa, Emanuel Dantas do Nascimento, foi preso em Boa Viagem, na Zona Sul.
Carvalho é próximo de ambos e afirmou que eles estão tranquilos, embora surpresos. “Não têm nada a esconder e nunca foram intimados”, disse o presidente da FPF, em defesa dos amigos. “Os advogados vão cuidar disso.” » Operação Custo Brasil prende empresários no Recife » Lava Jato: PF cumpre mandados de prisão contra empresários no Recife » PF prende ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann A Custo Brasil é um desmembramento da Operação Lava Jato que investiga um esquema de pagamento de propinas supostamente envolvendo o Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão no governo Dilma Rousseff (PT).
O ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT), foi preso pela Polícia Federal mais cedo.
Para a PF, Paulo Bernardo recebeu valor estimado em R$ 7 milhões do esquema, que teria chegado a movimentar R$ 100 milhões.
Há indícios de que parte do valor total também foi usado pelo Partido dos Trabalhadores.
Os ex-tesoureiros do partido Paulo Ferreira e João Vaccari Neto, já preso, também foram alvos de pedidos de prisão preventiva.
Segundo a Polícia Federal, o esquema começou com a determinação para a contratar a empresa Consist para gerenciar empréstimos consignados para servidores.
A investigação apontou que a empresa ficava com apenas 30% do faturamento, passando os outros 70% para ‘parceiros’.
Para isso, porém, os valores cobrados cresceram.
Se seriam cobrados R$ 0,30 por mês para os beneficiários do crédito normalmente, com a Consist o valor pago pelos servidores era de R$ 1, por exemplo. » Polícia Federal faz buscas na sede do PT em São Paulo » Ex-tesoureiros do PT também são alvos de mandados de prisão na Operação Custo Brasil » Delator apontou propina para ex-ministro Gabas, amigo de Dilma e alvo de mandado nesta quinta